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    Drive My Car no Oscar 2022: Filme japonês tem 4 indicações e escancara crescimento asiático na premiação; conheça a história
    Rafael Felizardo
    Rafael Felizardo
    -Redator | Crítico
    Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

    Drama dirigido por Ryusuke Hamaguchi segue os passos de Parasita e Minari, buscando fazer história no maior evento de cinema mundial.

    Na manhã desta terça-feira (8), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou a lista de indicados ao Oscar. Em maior parte sem muitas surpresas, blockbusters milionários como Duna, Ataque dos Cães e Não Olhe para Cima dominaram as principais categorias, colocando ainda mais em evidência o trabalho dos grandes estúdios de cinema.

    Sem fazer muito alarde, talvez uma das indicações mais importantes para o audiovisual em geral disputará a estatueta em quatro categorias; estamos falando de Drive My Car. Dirigido pelo cineasta Ryusuke Hamaguchi e destoando dos grandes orçamentos de outras obras que também concorrem à honraria, o longa japonês foi selecionado para Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme Internacional, conseguindo a notável façanha de romper com a barreira de “filme estrangeiro”.

    Drive My Car
    Drive My Car
    Data de lançamento 17 de março de 2022 | 2h 57min
    Criador(es): Ryūsuke Hamaguchi
    Com Hidetoshi Nishijima, Toko Miura, Masaki Okada
    Usuários
    3,9
    Adorocinema
    4,5
    Assista agora em MUBI
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    SOBRE O QUE É DRIVE MY CAR?

    Antes de falar sobre o enredo do longa-metragem, vale ressaltar que Drive My Car foi um dos grandes destaques do circuito de cinema de 2021, angariando premiações nos principais festivais mundiais pelo qual passou (BAFTA, Globo de Ouro, Critics Choice). Com uma direção impecável, a produção conseguiu a marca de ser o primeiro filme japonês a concorrer na categoria Melhor Filme — a mais visada do Oscar —, contribuindo para a abertura de mais portas para o cinema além-Estados Unidos.

    Na trama, adaptando um famoso conto de Haruki Murakami, dois anos após a morte inesperada de sua esposa, Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima), um renomado ator e diretor de teatro, recebe uma oferta para dirigir uma conhecida produção em um festival de teatro em Hiroshima. Lá, ele conhece Misaki Watari (Toko Miura), uma jovem de poucas palavras, designada pelo festival para ser chauffeur de seu amado carro, um Saab 900, vermelho. À medida que a estreia da produção se aproxima, as tensões aumentam entre o elenco e a equipe, principalmente entre Yusuke e Koshi Takatsuki, uma bela estrela de TV que compartilha uma conexão indesejada com a falecida esposa do rapaz. Forçado a confrontar verdades dolorosas levantadas de seu passado, Yusuke começa — com a ajuda de seu motorista — a enfrentar os mistérios assombrosos que a esposa deixou para trás.

    O CRESCIMENTO DO CINEMA ASIÁTICO

    Em 2020, o sul-coreano Parasita tornou-se o primeiro longa-metragem em “língua estrangeira” a ganhar a estatueta dourada de Melhor Filme. Visto que a primeira edição do Oscar ocorreu em 1929, o fato de uma obra de idioma não-inglês levar quase um século para ganhar um prêmio da categoria, diz muito sobre a indústria cinematográfica.

    A vitória de Parasita no Oscar significa mais do que você percebeu (Opinião)

    Além dele, no ano passado, Minari - Em Busca de Felicidade foi mais um a entrar para a seleta lista de vencedores da estatueta, premiando a atriz sul-coreana, Yuh-jung Youn, como Melhor Atriz Coadjuvante e ascendendo a um dos destaques da premiação. Apesar da obra ser considerada uma produção americana, ela apresenta notáveis elementos de sua construção estética provenientes do cinema asiático, além de contar com a maior parte do elenco protagonista composta por atores coreanos. No Globo de Ouro de 2021, o longa acabou alvo de polêmica quando indicado à categoria de Melhor Filme Estrangeiro em vez de Melhor Filme, por conta de mais de 50% de seus diálogos estarem no idioma da Coreia do Sul.

    E as conquistas recentes do cinema asiático não param por aí. Hoje mesmo, A Felicidade das Pequenas Coisas (Lunana: A Yak in the Classroom, no original) também conquistou uma indicação à categoria de Melhor Filme Internacional. Proveniente do Butão, um pequeno país no sul da Ásia, o longa apresenta um drama que conseguiu a façanha de concorrer ao maior prêmio do cinema com um minúsculo investimento, equiparando-se em qualidade a nomes com orçamentos infinitamente maiores.

    Também não podemos esquecer de Chloé Zhao, cineasta chinesa responsável pelo Oscar de Melhor Filme de 2021 com Nomadland. A diretora saiu vencedora, da mesma forma, na categoria de Melhor Direção, aparecendo como a segunda mulher na história a conseguir tal feito.

    Que fique registrado, então, os votos de vida longa ao cinema asiático.

    Chloé Zhao, James Wan e outros diretores asiáticos influentes no cinema atual

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