Um dos filmes mais aguardados de 2021, Matrix: Resurrections fez sua estreia nos cinemas no fim de dezembro. Com um elenco lotado de estrelas, o longa reviveu personagens como Neo (Keanu Reeves) e Trinity (Carrie-Anne Moss), apresentando, também, novos rostos para mais uma vez levar às grandes telas a icônica mitologia das irmãs Wachowski — que desta vez contou apenas com a direção de Lana.
Entretanto, pode-se dizer que nem tudo saiu como os executivos da Warner esperavam. Se em termos de crítica Resurrections contou com análises mistas, recebendo alguns elogios por conta do refresco dado à franquia, e reprovação a respeito do enredo não justificar a existência de mais um filme, falando de bilheteria, o fracasso consolida (mais) um grande golpe aos cofres da Warner Bros.
Isso porque baseado em dados de janeiro deste ano, a obra arrecadou, até o momento, U$148 milhões pelo mundo. Os números até poderiam ser bons, se não levássemos em consideração que estamos falando de um blockbuster de fama mundial, com um investimento que beirou os U$190 milhões. Ou seja, até agora, Matrix ainda não se pagou.
Para se ter uma ideia do quão fundo é o buraco, na semana de abertura do longa, foram arrecadados “meros” U$10 milhões, enquanto Homem-Aranha: Sem Volta para Casa — a maior bilheteria de 2021 — faturou U$260 milhões (isso mesmo que você leu). Atualmente, o filme da Marvel conta com uma bilheteria total de U$1,6 bilhão, e os números continuam a crescer.
Se comparado aos capítulos anteriores, o fracasso financeiro de Resurrections fica ainda mais evidente, visto que passamos a colocar no papel títulos de uma mesma franquia. Enquanto Matrix (1999) beirou os U$463 milhões de bilheteria total, Reloaded alcançou U$741 milhões e Revolutions U$427 milhões, números que muito provavelmente não serão alcançados pelo — cada vez mais possível — último episódio da franquia.
5 filmes que fracassaram nas bilheterias e faliram o estúdioPOR QUE MATRIX RESURRECTIONS TEVE BILHETERIA TÃO BAIXA?
Não podemos negar que, como ocorrido com considerável parte dos filmes lançados em 2021, Resurrections é mais uma vítima da pandemia do COVID-19, responsável por reduzir a audiência dos cinemas em quase todos os lugares do globo.
Contudo, este elemento certamente não foi o maior responsável pelo insucesso da produção, sendo impossível colocar a culpa do tamanho revés sofrido apenas neste fator. Se somarmos o Coronavirus ao fato de que o longa foi lançado com uma proximidade perigosa de Homem-Aranha — Matrix estreou no dia 22/12, enquanto o filme do Cabeça de Teia chegou aos cinemas no dia 16 — temos uma importante variável que pode ajudar a explicar tal fracasso. Em termos de marketing, é possível dizer que o hype em cima do sucesso da Marvel ajudou a matar a espera pela franquia de Neo, possuidores do mesmo público-alvo.
Outra explicação plausível se daria no formato híbrido de lançamento adotado pela Warner em 2021, que debutou seus filmes de maneira simultânea no cinema e na HBO Max, nos Estados Unidos. O estúdio, inclusive, já declarou que não retornará com esta estratégia em 2022, afirmando que as estreias deste ano chegarão ao catálogo do streaming mais de um mês após a exibição nos cinemas.
Além de tudo, não podemos desconsiderar as já citadas críticas mistas sofridas pelo longa. Com os críticos de cinema divididos quanto à qualidade cinematográfica da produção, parte do hype gerado junto à base de fãs começou a se esvair, atrapalhando a ida aos cinemas daqueles não tão aficionados assim e colaborando para o prejuízo financeiro.
Ou seja, se durante uma entrevista em outubro do ano passado, a CEO da Warner, Ann Sarnoff, afirmou que Matrix 5 dependeria apenas da vontade de Lana Wachowski, com a derrota sofrida por Matrix 4 pode ser que suas palavras não sejam mais tão verdadeiras assim.