Preparem-se, cinéfilos, pois a corrida pelo Oscar 2022 já começou. Após algumas notícias de que a Marvel estaria interessada em levar a estatueta com Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, a novidade fica a cargo da animação brasileira Bob Cuspe - Nós Não Gostamos de Gente, que também iniciou uma campanha para ser indicada à premiação.
A princípio, o longa disputará uma das cinco vagas para a indicação de Melhor Animação, competindo com outras 25 produções de países como Estados Unidos, República Tcheca, Japão, China e Dinamarca. Se for escolhido, Bob Cuspe, então, passará a concorrer pelo prêmio, provavelmente, ao lado de Encanto, Flee, Luca, Where Is Anne Frank? ou A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, fortes candidatos ao Oscar.
Além disso, neste sábado (22), ocorrerá uma sessão de cinema do filme nacional exclusivamente para os membros da Academia, em Los Angeles, patrocinada pela Fresh People — um recém-lançado hub criativo da agência de comunicação Press Pass. Sem investimento da iniciativa pública, a produção conta com grande apoio da companhia, que tem como objetivo fomentar a contracultura, a arte e a produção independente no país.
Vale lembrar que o resultado final das indicações será divulgado no dia 8 de fevereiro, com a premiação agendada para 27 de março. Portanto, save the date.
Oscar 2022 já tem data confirmada: veja quando vai acontecer e quais são as regras para a cerimôniaSOBRE O QUE É BOB CUSPE - NÓS NÃO GOSTAMOS DE GENTE?
Icônico personagem do cartunista paulistano Angeli, Bob Cuspe é um clássico quadrinho dos anos 1980. Normalmente apresentado em formato de tiras em jornais e revistas, o personagem surgiu com a ideia de tirar sarro dos punks, famosa tribo urbana da época. Entretanto, quanto mais o autor buscava sobre o tema, mais se identificava com o movimento, mudando um pouco o conceito final da obra.
Dirigida pelo cineasta Cesar Cabral e trabalhada na metalinguagem, a animação apresenta um formato stop-motion (lembra das massinhas?), entregando uma mistura de documentário, road-movie e comédia. Na trama, acompanhamos a história de Bob Cuspe, um velho punk tentando escapar de um deserto apocalíptico, situado como purgatório dentro da mente do seu criador, um cartunista que vive uma complexa crise autoral. Vale a pena ressaltar, também, as dublagens de Milhem Cortaz, André Abujamra, Grace Gianoukas e do roqueiro Paulo Miklos, ex-Titãs.
E se tudo isso não fosse o suficiente, a obra ainda foi a primeira produção latino-americana a receber o principal prêmio do festival de Ottawa, sendo contemplado, também, na categoria Contrechamp do Festival de Annecy, na França, considerado um dos mais importantes da categoria.
Ficamos, então, na torcida para que o longa brasileiro surja entre os indicados no início do mês que vem.
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