Um dos destaques da Netflix deste mês de janeiro, O Páramo é o mais novo filme de terror da plataforma de streaming. Com uma ambientação soturna e um enredo angustiante, o longa espanhol conquistou os espectadores, garantindo lugar no Top 10 dos mais assistidos da gigante americana.
Na trama, Lucía (Inma Cuesta) e seu filho (Asier Flores) vivem longe da sociedade, em uma área plana onde quase não há vida. A pequena unidade familiar composta por mãe, pai e filho dificilmente recebe visitantes e o seu objetivo é desenvolver uma existência pacífica, vivendo do que produzem. A princípio, eles conseguem, mas o aparecimento de uma misteriosa e violenta criatura do passado começa a assombrar o local, colocando à prova os laços que os unem.
Bastante falado nos últimos dias, o fim ambíguo do longa colocou alguns pontos de interrogação na cabeça de muitas pessoas. Com base nisso, o AdoroCinema resolveu destrinchar o que de fato aconteceu na última parte do filme. Confira abaixo:
Lançamentos da Netflix nesta semana (7/01 a 13/01): Ficção científica com Chloë Moretz, Mãe x Androides, é destaqueO QUE ACONTECE NO FIM DE O PÁRAMO?
Depois de uma pesada chuva, Lucía começa a sentir que uma figura sombria, alta e magra a persegue, estando cada vez mais próxima. Pela descrição, parece que a entidade é a famosa Besta da história de Salvador (Roberto Álamo), aquela que aterrorizou sua irmã até que a mesma se matasse.
Ao fim do filme, Diego quebra a porta com um machado e confronta a Besta, afastando a criatura da mãe. A coragem da criança faz com que o ser maligno recue, aproveitando, o garoto, para retirar a matriarca do local e colocar fogo na casa. Infelizmente, apesar dos esforços do jovem, Lucía morre, continuando, Diego, seu caminho pela região deserta, solitariamente.
Em entrevista ao site The CinemaHolic, o próprio diretor David Casademunt afirmou que a entidade do filme é de origem psicológica, ou seja, uma metáfora para os problemas que nos assombram psicologicamente.
"O Páramo é um filme sobre nossos demônios interiores, e como eles nos transformam em adultos defeituosos”, contou o cineasta.
No fim das contas, se a criatura continuará a assombrar Diego ou não, dependerá do jovem, da maneira como ele reagirá aos trágicos eventos ocorridos no longa, como a perda da mãe e do pai.
A BESTA EXISTE DE VERDADE?
Como dito por Casademunt, a Besta é uma analogia à condição mental frágil das pessoas nas mais diversas situações de vulnerabilidade. Durante as primeiras aparições da entidade, a irmã de Salvador acaba pulando da janela após alguns contatos com a criatura, possivelmente, atormentada por conta de supostos maus-tratos por parte dos pais. Já no caso de Lucía, a depressão está relacionada à tão citada guerra que acontece no país, além da angústia com a perda do marido.
Vale ressaltar que o filme constantemente flerta com a temática do suicídio, como quando Diego se desespera ao ver a mãe portando uma faca ou no momento em que ele se depara com o pai apontando um rifle para a própria cabeça. Além disso, é possível perceber que nos momentos em que o menino confronta a criatura, ela se afasta, passando a mensagem de que somente buscando força dentro de nós mesmos, seríamos capazes de enfrentar este terrível mal.
Casademunt também completa: “A relevância da ambientação não termina por aí. Os eventos do filme acontecem em uma das eras mais turbulentas da história espanhola, com o domínio do monarca Ferdinando VII e as numerosas guerras que aconteciam na Europa.”
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