Morreu hoje (9), aos 93 anos, a cineasta Lina Wertmüller. O falecimento foi em sua casa, e ainda não teve causa divulgada. Italiana, ela fez história ao ser a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção, com o filme Pasqualino Sete Belezas (1975). Apesar de ser mais conhecida no país onde nasceu, teve uma ligação muito especial com Jorge Amado, e quase filmou um roteiro adaptado do livro Tieta do Agreste.
Em 1980, Lina Wertmüller foi chamada pelo produtor Carlo Ponti para fazer a versão cinematográfica do clássico da literatura brasileira. A atriz Sophia Loren seria a primeira a interpretar Tieta nas telas. O projeto chegou a ter gravações em 1981, mas a falência do banco que o financiava jogou a produção por água abaixo.
Para começar o filme, a cineasta visitou o Brasil muitas vezes e hospedou-se na casa de Jorge Amado. Isto tornou os dois grandes amigos, e a morte do escritor em 2001 deixou Lina muito abalada.
CARREIRA DE LINA WERTMÜLLER
A italiana nasceu em 1928 e estudou teatro na Faculdade de Artes de Roma, na cidade onde cresceu. No início da carreira, se aproximou do aclamado cineasta Federico Fellini e foi sua assistente em Otto e Mezzo (1963) e A Doce Vida (1960).
O primeiro longa-metragem que dirigiu foi The Basilisks (1961), mas Lina Wertmüller deixou sua marca a partir de Mimi, O Metalúrgico (1972). A comédia dramática tinha um forte teor político, abordando as disputas entre candidatos comunistas e a máfia Italiana. Você pode assisti-la no catálogo do Amazon Prime Video.
Já em Pasqualino Sete Belezas, que estreou três anos depois e lhe garantiu uma indicação ao Oscar, Lina aborda a vida de um soldado desertor durante a Segunda Guerra Mundial. A cineasta, porém, só ganhou o prêmio da Academia em 2009, quando recebeu a homenagem honorária por sua contribuição ao cinema.