Exatos 60 anos após Amor, Sublime Amor se tornar um dos filmes mais premiados da história do cinema, o diretor Steven Spielberg assina o remake do musical que homenageia o clássico romance entre Maria (Rachel Zegler) e Tony (Ansel Elgort), mas também conserta os erros do longa original no quesito representatividade. Uma das novidades trazidas pelo cineasta vencedor do Oscar é a decisão criativa de não legendar alguns trechos do filme.
Em Amor, Sublime Amor, Maria e Tony vivem um amor ao estilo Romeu e Julieta e pertencem a gangues rivais: de um lado está o grupo de imigrantes e descendentes de porto-riquenhos e, do outro, os norte-americanos que se consideram legítimos. No filme de 1961, boa parte dos personagens latinos eram interpretados por atores brancos, que tinham os rostos pintados com maquiagens escuras - em uma mecânica semelhante ao "blackface", em que artistas brancos representam versões caricaturadas de pessoas negras.
Uma falha que foi corrigida por Steven Spielberg: “Eu estabeleci uma regra obrigatória para Cindy Tolan [responsável pela escolha do elenco] de que não faria audições com atores que não fossem descendentes ou nativos de países da América Latina. Especialmente Porto Rico. Procuramos muito e temos 20 artistas em nosso filme que são de lá ou que são membros da comunidade latina em Nova York”, disse o diretor em entrevista ao IGN.
Amor, Sublime Amor não tem legendas para diálogos em espanhol
Outra decisão do diretor diz respeito às legendas. A nova versão do filme tem diversos trechos em que os personagens porto-riquenhos conversam em espanhol entre eles e Spielberg decidiu não legendar esses diálogos em inglês. O cineasta explica que, uma vez que as falas em inglês não têm legenda em espanhol, legendar apenas os diálogos dos latinos seria colocar seu idioma como estrangeiro - quando, na verdade, eles são tão cidadãos quanto seus rivais.
“Se eu legendasse as falas em espanhol estaria simplesmente colocando o inglês acima dele. Isso não poderia acontecer neste filme, precisávamos respeitar o idioma o suficiente para não legendá-lo”, explicou.
Remake de Amor, Sublime Amor
O novo filme dirigido por Steven Spielberg resgata a disputa territorial entre os Sharks e os Jets, dando uma nova interpretação às músicas, cujas letras originais foram escritas pelo lendário Stephen Sondheim, que morreu aos 91 anos poucos dias antes da estreia do novo filme.
Além disso, o longa conta com a participação de Rita Moreno: hoje com 90 anos, ela ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel de Anita na produção original. Na nova versão, a artista porto-riquenha faz uma participação em papel inédito, que serve como espécie de mentora para o protagonista interpretado por Ansel Elgort.
Amor, Sublime Amor estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 9 de novembro.