Há 12 anos, Avatar chegava aos cinemas e revolucionava toda a estética dos filmes de ficção científica e o uso de computação gráfica em produções cinematográficas. Depois do sucesso avassalador que colocou o longa-metragem como a maior bilheteria da história, o mundo foi surpreendido nos últimos anos, após o anúncio de não apenas uma, mas quatro sequências do blockbuster dirigido por James Cameron.
O filme se passa no mundo fictício de Pandora, onde vivem os Na’vis, seres altamente evoluídos. Vivendo em meio à deterioração do meio ambiente insalubre e venenoso, os híbridos de humanos e Na’vis, conhecidos como Avatar, devem se conectar às mentes humanas para conseguirem transitar por Pandora. Em paralelo, um ex-fuzileiro naval aparece no local e se apaixona por uma Na’vi, gerando conflitos de espécies que lutam por sobrevivência. Estrelado por Zoe Saldana e Sam Worthington, o longa-metragem fez história no cinema. Mas, por que demoramos tanto a ter uma continuação?
Interesse do público é um critério importante
Independente de Avatar ser o maior blockbuster de todos os tempos, ainda há a necessidade de medir o interesse do público por possíveis continuações tardias após tantos anos desde o lançamento original. Ainda sim, pensando em atender a demanda urgente do público, James Cameron poderia ter arriscado a entregar um novo filme imediatamente, mas sem a preparação e qualidade do original. Esse tipo de questão pesou na decisão da Fox em relação à sequência de Avatar, fazendo-os questionar se era possível alcançar a excelência do longa-metragem original em tão pouco tempo.
Dessa forma, James Cameron, que sempre trabalhou em projetos caros e com potencial de grande sucesso comercial (como Titanic, O Exterminador do Futuro e Aliens), não daria um tiro no escuro — mas também não se contentaria em entregar qualquer trabalho medíocre apenas por demanda popular. Dar continuidade a Avatar é uma decisão correta, mas manter o legado e excelência da franquia também configura-se como um cuidado necessário.
James Cameron contava com o avanço da tecnologia
Avatar é fruto de um longo trabalho de pré e pós-produção que diferenciaram o filme de todos os outros de seu tempo. Perfeccionista como James Cameron é, o diretor pode ter esperado pelo aprimoramento da tecnologia para trazer a sequência de Avatar para outro nível técnico e estético e, quem sabe, fazer outro longa-metragem a frente de seu tempo, com melhores efeitos especiais e computação gráfica.
Em 2011, James Cameron relatou que gostaria de filmar a sequência de Avatar em uma taxa de quadros mais alta, recurso que se popularizou com O Hobbit, lançado por Peter Jackson no ano seguinte. Já em 2016, o diretor, visionário e futurístico, mencionou a possibilidade de rodar um filme 3D sem os óculos. O que foi feito em Avatar no que se refere a efeitos especiais se tornaram características comuns no cinema atual e, agora, o cineasta deseja ir além e lançar novas tendências — que só são possíveis com o avanço crescente da tecnologia.
Para o segundo filme de Avatar, James Cameron teve a ambição de criar um novo universo ambientado nas profundezas do mar — algo que tem sido seu fascínio por alguns anos, como podemos notar em Titanic e Fantasmas do Abismo. Em geral, os efeitos subaquáticos sempre foram difíceis de replicar no cinema, até mesmo fotografar e capturar movimentos (mesmo com a tecnologia de toda a sorte de dispositivos à prova d’água). Agora, o diretor afirma que encontrou o método perfeito para as cenas embaixo d’água e, por isso, a produção da sequência avançou.
Todos os roteiros precisavam estar prontos
Para a continuação de Avatar, James Cameron queria ter todos os roteiros escritos antes mesmo de começar a produção individual de cada filme — considerando que estes foram (e estão sendo) gravados juntos. Em entrevista à Vanity Fair, o diretor afirmou que cada sequência tem ligação intrínseca com os anteriores e não poderiam funcionar de outra forma.
"Os roteiros levaram quatro anos [para ficar prontos]. Você pode chamar isso de atraso, mas não é realmente um atraso, porque desde o momento em que apertamos o botão para realmente fazer os filmes, estamos funcionando perfeitamente — por causa de todo o tempo que tivemos para desenvolver o sistema. Não estávamos perdendo tempo, estávamos investindo no desenvolvimento de tecnologia e design. Então, quando todos os roteiros foram aprovados, tudo estava projetado. Cada personagem, cada criatura, cada cenário."