Um dos filmes mais aguardados de 2021, Duna de Denis Villeneuve é uma adaptação para o cinema do livro clássico de ficção científica escrito por Frank Herbert em 1965. Essa história se passa em um futuro distante e apresenta uma tecnologia futurística, mas sem qualquer computador ou robôs inteligentes – que são elementos clássicos em muitas obras de ficção científica. Por que isso acontece?
Duna: O que você precisa saber antes de assistir ao filme de Denis Villeneuve?No filme, acompanhamos o jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), cuja família passa a administrar o planeta desértico Arrakis (conhecido pela população nativa como "Duna"), lugar de única fonte da especiaria rara chamada "melange", o material mais valioso do universo. Enquanto isso, uma conspiração está se formando contra os Atreides partindo de uma família rival conhecida como Harkonnens, e o destino de Duna está eventualmente em jogo, mas o próprio Paul pode estar no centro de uma profecia profetizada há muito tempo que ele ainda não entende.
Por que o futuro de Duna não tem robôs ou computadores?
A história de Duna se passa em mais de dez mil anos depois dos dias atuais, precisamente no ano de 10.191 após o Jihad Butleriano – evento que não é explicado no filme de Denis Villeneuve, mas moldou esse universo e foi o grande responsável para não vermos computadores ou robôs inteligentes em Duna. Essa foi uma enorme guerra entre a humanidade e inteligências artificiais que resultou em uma revolução que causa a destruição de todos os computadores, máquinas e Inteligência Artificial (IA) do universo.
No livro original, é explicado que os homens entregaram a própria razão às máquinas, esperando que isso os libertasse, mas só se deixaram escravizar por outros homens com máquinas, com a clássica citação: "Não criarás uma máquina à semelhança da mente de um homem", um dos principais mandamentos presentes na história. Duna de Frank Herbert se tornou um verdadeiro marco para a literatura de ficção científica pela diversidade de temáticas e suas complexidades. Essa cruzada contra os computadores, máquinas pensantes e robôs conscientes descrita por Herbert, além de ser cada vez mais atual, mostra as reflexões do autor para as problemáticas da humanidade lidando com a inteligência artificial de forma cada vez mais irresponsável e, obviamente, tentando imitar o comportamento (ou substituir) os seres humanos.
Essa grande rebelião no Jihad Butleriano obrigou a mente humana a se desenvolver e, assim, os Mentats se tornam comuns nas Grandes Casas pelo universo de Duna, pois eles são pessoas treinadas como "computadores humanos" – seus cérebros são capazes de processar cálculos complexos e armazenar grandes quantidades de informações. Normalmente, os Mentats atuam como conselheiros políticos para os líderes das casas e os aconselham sobre as melhores estratégias a serem tomadas. No filme de Villeneuve, Thufir Hawat (Stephen McKinley Henderson) é o Mentat da Casa Atreides e Piter De Vries (David Dastmalchian) é o Mentat da Casa Harkonnen, mas essas peculiariedades deles não ficam claras.
Duna pode ganhar três filmes com Denis Villeneuve: "Esse seria o sonho"Uma continuação de Duna foi confirmada e vai adaptar a segunda metade do primeiro livro, que se concentra no tempo de Paul Atreides com os Fremen em Arrakis, realizando muitas de suas visões provocadas ao longo do primeiro longa. Muitos elementos e temáticas foram reduzidas ou simplificadas para a adaptação, então é provável que Duna: Parte Dois entre em mais detalhes desse universo, como o Jihad Butleriano e, obviamente, a importância dos Mentats para a história criada por Frank Herbert.
Duna: Parte Dois está previsto para estrear nos cinemas em 20 de outubro de 2023. Enquanto isso, Duna: Parte Um está em exibição nos cinemas brasileiros. Não deixe de conferir os outros filmes que também estão em cartaz nas salas nacionais.