Um dos lançamentos mais aguardados do Amazon Prime Video em setembro é a dobradinha A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais. Protagonizados por Carla Diaz e Leonardo Bittencourt, os filmes estreiam nesta sexta-feira (24), reconstituindo o chocante caso de Suzane von Richthofen. Em 2002, junto de seu namorado Daniel Cravinhos, a jovem se declarou culpada pelo assassinato brutal de seus pais. Mais de 18 anos depois, o crime chega às telonas em duas versões diferentes – a primeira pelo olhar de Daniel; a segunda sob a perspectiva de Suzane.
Desde que os projetos foram anunciados, em julho de 2018, uma pergunta parece intrigar o público: por que contar a mesma história em duas partes? O AdoroCinema também ficou curioso e decidiu sanar a dúvida durante uma entrevista com a equipe criativa dos longas. Para Raphael Montes, que assina o roteiro ao lado da criminóloga Ilana Casoy, havia uma necessidade de se entender o que aconteceu antes do homicídio.
Ele conta que questionou sua parceira: "'Como eles chegaram nisso?', 'Qual a relação que eles tinham com aquela família?', 'Quem era ele?', 'Quem era ela?', 'Como ela o cumprimentou naquele dia?'". Indagações que, de acordo com Montes, representam um incômodo tipicamente humano. E Ilana retrucou: "'Eu não sei, eu não estava lá. Eu só sei o que ele disse e o que ela disse'".
A Menina que Matou os Pais: Visita ao set e papo com Carla DiazFoi aí que Montes se lembrou do filme francês Bem Me Quer, Mal Me Quer, que usa dois pontos de vista distintos para narrar um conturbado romance. Já Ilana trouxe como referência a série americana The Affair, que introduz separadamente a concepção masculina e a feminina sobre um relacionamento extraconjugal. Inspirados por tais produções, os autores resolveram criar duas linhas dramáticas, mostrando qual é a verdade de cada um dos envolvidos. Afinal, como destaca Montes, "não há uma verdade objetiva dos fatos".
Ele explica que, inicialmente, as duas versões estariam reunidas em um único roteiro. Até que o diretor Mauricio Eça e os produtores Gabriel Gurman e Marcelo Braga propuseram a divisão: "'Por que não inovamos fazendo dois filmes para que a experiência seja ainda mais completa? Não estamos falando que um é pior e outro melhor. Nós apresentamos as versões, e o público decide.'"
EXISTE UMA ORDEM CERTA PARA ASSISTIR AOS FILMES?
Segundo Eça, o recomendável é começar por O Menino que Matou Meus Pais e, em seguida, A Menina que Matou os Pais. "Eu já assisti em todas as ordens possíveis, e o Raphael [Montes] concorda comigo que essa talvez seja a melhor. Mas pode funcionar do outro jeito também", avalia o diretor.
Ainda assim, ele insiste que não há uma sequência exata. "É preciso assistir aos dois filmes, já que eles se complementam e trazem visões diferentes", afirma. "Nesse quebra-cabeça, nós pensamos: 'Por que ele [Daniel Cravinhos] não fala disso?' Talvez porque, em seu depoimento, isso não fosse tão importante para a sua verdade quanto para a verdade de Suzane."
Em todo caso, a dobradinha estará disponível no Prime Video a partir de amanhã (24). O elenco ainda conta com Allan Souza Lima, Leonardo Medeiros e Vera Zimmerman.