Um Lugar Silencioso - Parte II chegou aos cinemas do Brasil como uma experiência única de terror psicológico e amplia o universo pós-apocalíptico de Um Lugar Silencioso (2018), que foi aclamado e se tornou um dos filmes marcantes de terror psicológico da década. Tudo isso aconteceu, principalmente, pelo trabalho da edição de som ao utilizar o silêncio para criação constante de tensão e deixar o barulho ainda mais assustador. Os supervisores de edição de som Erik Aadahl e Ethan Van der Ryn falaram sobre a responsabilidade em alcançar o mesmo feito na sequência – pois eles foram indicados ao Oscar de Melhor Edição de Som pelo primeiro filme.
Logo após os acontecimentos mortais dentro de casa, a família Abbott (Emily Blunt, Millicent Simmonds, Noah Jupe) precisa agora encarar o terror mundo afora, continuando a lutar para sobreviver em silêncio. Obrigados a se aventurar pelo desconhecido, eles rapidamente percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças que os observam pelo caminho de areia.
Um Lugar Silencioso 2: Quais perguntas não foram respondidas na sequência?Sequência inicial de Um Lugar Silencioso 2 surpreendeu os editores de som
Em entrevista para a SYFY WIRE, Erik Aadahl e Ethan Van der Ryn revelaram que a sequência que mais exigiu deles em Um Lugar Silencioso - Parte II veio logo na abertura, com o prólogo de 10 minutos elaborado pelo roteirista e diretor John Krasinski, que volta como Lee na sequência inicial, e revela como os monstros chegaram na Terra e o que eles na cidade dos Abbott antes dos eventos de Um Lugar Silencioso.
“A abertura do filme foi minha parte favorita do filme para trabalhar porque tem um pouco de tudo. É também o único trecho de 10 minutos em que não há música. É um design de som puro e visceral e, por não ter música, parece mais real. E eu adoro o arco que John criou no roteiro em que é apenas 'um dia na vida', com a rua principal dessa cidadezinha sonolenta. E há poucos detalhes de som, como o ding de um mastro de bandeira, o pequeno clique do semáforo da rua. Você acha que estamos de volta ao mundo de Um Lugar Silencioso, e então vroom! Uma caminhonete entra e John sai. E é incrível para mim quanta tensão pode haver onde nada está acontecendo. É a antecipação do que vai acontecer”, explicou Erik Aadahl.
Van der Ryn disse que suas primeiras escolhas criativas foram sobre como usar as técnicas introduzidas em torno dos monstros e seus sons característicos, e então a perspectiva de Regan, para criar uma mudança sonora inesperada. “Adoro poder ajudar a criar essa cena que se torna um caos total. Ser capaz de passar do meio disso para o ponto de vista de silêncio total de Regan (Millicent Simmonds), para mim, foi um uso tão poderoso daquela ideia que estabelecemos no primeiro filme, onde às vezes nos viramos para ela sendo capaz de remover todo o som. Mas agora neste, na abertura do filme, sendo capaz de ir do alto, caótico e assustador para o silêncio total. Para mim, esse foi o uso final da ferramenta que foi desenvolvida no primeiro filme, então foi muito emocionante”, contou Van der Ryn sobre sua surpresa.
Um Lugar Silencioso 2: Como os monstros podem ser derrotados? Entenda o final do filme“E então, uma vez que as criaturas aparecem, nós apenas desdobramos metodicamente, passo a passo, o caos, que está aumentando cada vez mais. Mas, embutido nisso, temos esses momentos de silêncio em que os personagens tentam prender a respiração ou entramos no ponto de vista de Regan. Para mim, é como estar em um parque infantil como designer de som, esse tipo de sequência”, concluiu Aadahl.
Ele ainda revelou que uma de suas escolhas favoritas na sequência veio de Krasinski escrevendo um momento sonoro no acidente de carro com Evelyn (Emily Blunt) e os meninos no ponto de vista de Regan. “Isso estava no roteiro. Mas uma coisa que não sabíamos realmente era, quando saímos do ponto de vista dela? Acho que em nossa primeira passagem, saímos quando o poste de luz caiu e voltamos à realidade do público. Acabamos movendo-o até que Lee tocou sua filha e a agarrou para puxá-la para longe. Esse toque é o ponto de virada e nos coloca de volta à realidade normal. Estávamos fazendo isso até o último dia da mixagem final”, disse Erik Aadahl. Incrível o trabalho deles, não é mesmo?
Em Um Lugar Silencioso - Parte II, temos um trabalho sonoro impactante, onde o silêncio é enervante e o barulho pode ser mortal – confira a crítica completa no AdoroCinema. O filme está disponível nos cinemas brasileiros e vale lembrar que um spin-off de Um Lugar Silencioso vai ser lançado em 2023, onde teremos a exploraração de outros pontos do mundo pós-apocalíptico apresentado nos dois primeiros filmes.