Luca é a nova animação da Pixar, disponível na Disney+, e apresenta uma bonita história sobre amizade e autodescoberta que promete conquistar toda a família. O filme está fazendo sucesso com o público e a crítica, inclusive com o AdoroCinema, como é de costume por causa do padrão de qualidade nas animações da Pixar.
Em Luca, acompanhamos uma história de amadurecimento sobre o jovem Luca Paguro, que vive um verão inesquecível repleto de sorvetes, massas e passeios intermináveis de scooter na Itália. Luca compartilha essas aventuras com seu novo melhor amigo, Alberto Scorfano, mas toda a diversão é ameaçada por um segredo profundamente bem guardado: eles são monstros marinhos de outro mundo, logo abaixo da superfície da água.
A animação é inspirada na vida do próprio diretor Enrico Casarosa e seu amigo de infância Alberto, que ele conheceu aos 12 anos de idade. O cenário litorâneo de Portorosso, na Itália, também é inspirado na juventude de Casarosa, que cresceu em Gênova, cidade portuária na Riviera Italiana – um dos motivos que rendeu muitas comparações com Me Chame Pelo Seu Nome.
Em entrevista para o LA Times, Enrico Casarosa revelou que para criar os monstros marinhos se inspirou diferentes monstros do folclore, especialmente pelo fascínio por "criança trocada" – uma crença popular no folclore europeu onde um filho de uma criatura lendária (como fada ou troll) é deixado misteriosamente em troca de uma criança humana.
"Existem tantos changelings [nome em inglês para criança trocada] no folclore. Eu amo o folclore japonês – há raposas que podem se parecer com humanos e tanuki. Também existem selkies na Irlanda. E na Itália há uma antiga lenda de Colapesce, sobre um menino que fica na água tanto que ele se torna meio peixe", explica Casarosa.
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Além dessas lendas, Enrico Casarosa e a realizadora artística Deanna Marsigliese se imergiram na imaginação do aparecimento de criaturas marinhas para desenvolver a arte dos monstros na animação, tendo como ponto de partida Carta Marina, o primeiro mapa das terras nórdicas no século 16. Em entrevista para o LA Times, Deanna disse que há "muitas representações medievais de monstros marinhos no folclore", mas isso não foi suficiente para a produção.
Eles viajaram para a Itália com o objetivo de observar as diferentes representações artísticas dessas criaturas folclóricas, principalmente em mosaicos. Por sim, ficaram entusiasmados com o design criado para a animação que combina com a beleza de uma obra de arte. Os monstros marinhos foram inspirados em obras renascentistas, ilustrações científicas de peixes da região, como representações de cobras e dragões japoneses. Mas tudo isso foi adaptado para um público jovem e deixou a animação plausível, atraente e expressiva.
Tudo isso deixou os personagens marinhos cativantes e não assustadores. E isso também passa por uma transformação suavizada, natural e progressiva entre a forma de monstro e a forma de humano. “Tínhamos escalas, caudas retráteis, um dedo que se divide ao meio – feito da maneira errada, nos afastamos da fofura e do lirismo. Trabalhamos muito para garantir que manteríamos aquela qualidade lúdica e charmosa”, explicou.
Com cores vibrantes, formas atraentes, inspirações históricas e artísticas e transformações harmoniosas, o visual das criaturas marinhas em Luca acaba funcionando muito bem. Outra curiosidade é que Luca, em sua forma de monstro marinho, tem 3.436 escamas em seu corpo. Bem legal, não é mesmo?
Luca está disponível no serviço de streaming Disney+, sem custo adicional para assinantes. Inclusive, Soul fez uma referência para a animação antes mesmo de sua estreia.
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