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    Os melhores filmes brasileiros para você assistir na Netflix hoje

    Grandes filmes no catálogo para valorizar o nosso cinema.

    Que o cinema nacional sempre deu orgulho aos cinéfilos brasileiros, isso já não era segredo... Afinal, já vimos Fernanda Montenegro ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz e o diretor Fernando Meirelles também, por exemplo.

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    Mas outro fato marcante é que a Sétima Arte do nosso país está sendo cada vez mais reconhecida mundo afora, pois há cada vez mais produções de diferentes estilos e gêneros sendo apresentada para nós. E, em um período em que o streaming está cada vez mais forte, resolvemos criar uma lista repleta de longas-metragens brasileiros disponíveis na Netflix.

    De comédias românticas a dramas existenciais, confira abaixo a lista especial de produções que dão tanto orgulho:

    Temporada

    "Retomando a sensibilidade ímpar demonstrada em Ela Volta na Quinta (2014) e em diversos curtas-metragens, o diretor e a produtora Filme de Plástico voltam a observar o cotidiano da classe média sem miserabilismo nem idealização. As pessoas têm trabalhos mal pagos e pouco gratificantes ("mas pelo menos é concursado”), dividem o cachorro-quente com o cachorro faminto na rua, exibem aos colegas a foto do namorado sem camisa, enrolam no serviço quando já atingiram a meta diária. Temporada adota um olhar igualmente generoso aos espaços urbanos. Para o diretor, as ruas dos bairros, os muros descascados, os tetos das casas com suas caixas d’água e as ruas sinuosas dos locais mal iluminados, tudo isso é paisagem, tudo é belo e digno de ser retratado no cinema."

    Como Nossos Pais

    A diretora Laís Bodanzky possui um estilo único dentro do cinema brasileiro. Sua cartilha de mise en scène é simples em Como Nossos Pais: planos de conjunto para filmar vários personagens, close-ups nos rostos, luz natural, pequenos diálogos a dois ou a três para conduzir a trama. Não existem grandes reviravoltas nem metáforas mirabolantes. Ao mesmo tempo, estamos distantes do registro documental da câmera na mão, livre, seguindo personagens como se não conhecesse o destino deles. Toda escolha de imagem possui um propósito, de uma transparência impressionante.

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    O Silêncio do Céu

    O Silêncio do Céu tem tons surpreendentes e sombrios. Nenhum outro momento iguala o impacto da cena inicial – ainda bem – mas todos os instantes de silêncio carregam este segredo perturbador. O fator mais interessante da premissa é ver o trauma contado pelo ponto de vista do marido, e não da esposa agredida. Ela, estoica, finge que nada aconteceu - é Diana, inclusive, que pergunta ao marido se ele está bem quando os dois se falam ao telefone – enquanto ele começa a remoer a culpa por sua passividade e pela incompreensão ao sigilo da esposa. Aos poucos, a incomunicabilidade evidencia conflitos mais antigos do casal.

    Ponte Aérea

    À primeira vista, Ponte Aérea pode passar a impressão de que generaliza paulistas e cariocas pela forma como são os ambientes tanto de Amanda quanto de Bruno. Mas, mais do que ressaltar estereótipos, o longa quer explorá-los de forma a servir à esta história de amor. Aos poucos se desenvolve uma trama que passa pelo amadurecimento tardio do homem em relação à mulher e ao próprio medo de crescer, quando as obrigações da vida adulta arrombam a porta sem pedir licença para entrar. Ainda assim, são várias as referências a cada cidade, desde elementos paisagísticos até a dicotomia vida apressada/aproveitar a vida, que proporcionam momentos leves e divertidos.

    O Animal Cordial

    Uma ótima opção para quem gosta de filmes tensos e cheios de suspense. O Animal Cordial cumpre a missão com honras desde seu argumento potente: diante de mais um ataque de ladrões ao restaurante em que trabalha, o pacato porém aborrecido gerente de um restaurante tomará uma ação drástica que encerrará oito personagens em conflito dentro do estabelecimento durante toda a trama.

    Cidade Pássaro

    Cidade Pássaro possui como uma de suas maiores qualidades seu elenco, que é fundamental para a submersão dentro do universo particular que é a cidade de São Paulo. Cidade esta que, aqui, é observada pelo diretor com um olhar sincero, sem maquiagens para torná-la o que ela não é de fato. O espectador que conhece este lado da grande metrópole entenderá isso e, definitivamente, sentirá a potência desta história que exprime tão bem a ideia de que cada um, por si só, é um estrangeiro à sua maneira.

    M-8 - Quando a Morte Socorre a Vida

    M8 - Quando a Morte Socorre a Vida é um retrato poderoso de um estado falho e das políticas públicas que não escondem o preconceito. O grafite de Marielle Franco em um muro pelo qual Maurício passa todos os dias é algo que está ali para propositalmente incomodar, para não deixar o público se esquecer do seu lugar, de seu assassinato. Para deixar claro que o M8 são os milhares de jovens da favela que desaparecem e são mortos todos os dias sem que ninguém jamais saiba de seus destinos.

    Aquarius

    Mais do que simplesmente criar opostos, Aquarius trata o valor da memória através da compreensão do que é antigo, sem que seja necessário descartar o novo. Tal imagem está representada na própria protagonista, escolhida a dedo. Estrela maior do cinema brasileiro nos anos 1980, Sonia Braga andava meio sumida. Seu resgate é não apenas uma imensa homenagem a tudo que fez pelo cinema nacional como também uma quebra de expectativa em relação ao que representou como símbolo sexual, potencializando o próprio conceito explorado pelo longa-metragem. Só que Sonia não se contenta apenas com este simbolismo automático e entrega uma das maiores atuações de sua carreira, fruto de uma complexidade emocional e ética impressionantes.

    Democracia em Vertigem

    A principal voz do filme é a da diretora Petra Costa, que não apenas enumera fatos e organiza as imagens, mas também interpela o espectador. O filme se abre com a constatação melancólica de que o sonho de uma revolução política jamais aconteceu, e se fecha com outra indagação, igualmente crepuscular, a respeito de nossa dificuldade em encontrar forças para lutar contra vozes antidemocráticas. Ao longo da projeção, Costa insere leituras poéticas ("Ele é um escultor cujo material é a argila humana", afirma sobre Lula), revela sua presença diante das câmeras, mostra entrevistas bem-sucedidas ou falhas, e termina por se confiar ao espectador: "Eu não sei como isso deve ser contado". O recurso retórico serve ao menos para expressar proximidade, um tom de conversa de igual para igual, ao invés de se colocar acima do espectador, como se lhe ensinasse uma lição.

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