Pedro Bial deu início a nova temporada do programa Conversa com Bial, que vai ao ar na TV Globo. O primeiro entrevistado foi justamente o cineasta Woody Allen, que comentou sobre a pandemia do Coronavírus e também sobre o caso de abuso que o envolve.
O diretor de filmes como Meia Noite em Paris e Blue Jasmine foi acusado de ter abusado sexualmente de sua filha adotiva, Dylan Farrow, e logo se tornou um escândalo em Hollywood. O assunto, inclusive, será tema de uma série documental da HBO e que tem estreia marcada para 21 de fevereiro.
Enquanto isso, Allen segue negando o abuso e não foi diferente durante o programa do Bial. O cineasta comentou sobre a sua autobiografia Woody Allen - A Autobiografia e revelou que menciona o assunto no livro.
"Estava escrevendo a história da minha vida, e quando chegou a esse ponto, escrevi conforme aconteceu. Tentei ser o mais fiel possível, e se alguma coisa podia ser vista como ambivalente, tentei usar a perspectiva de outra pessoa. Citava psiquiatras, juízes, investigadores, todos os envolvidos, para que não parecesse que era eu dizendo algo", disse ele.
Dylan acusou o diretor na década de 90 e na época a denúncia foi investigada mas não houve indício de suspeita. Mais tarde, em 2014, a filha adotiva do cineasta escreveu uma carta aberta que traz detalhes do caso.
A relação de Woody Allen com o Brasil e o COVID-19
Ainda durante a entrevista, Allen também comentou sobre Machado de Assis e revelou que via semelhanças entre o senso de humor do brasileiro e seus filmes. "Comecei a ler Memórias Póstumas de Brás Cubas e achei uma novela completamente encantadora. Era ótimo, então li alguns dos contos e outro livro dele, e ele era um gênio, um escritor maravilhoso."
No entanto, o cineasta negou os rumores de que gravaria seu próximo filme no Rio de Janeiro e confessou que é fã de Tom Jobim.
Por fim, o diretor comentou sobre a pandemia do Coronavírus e afirmou que já tomou a primeira dose da vacina. "Fiquei em casa, obedeci às instruções dos médicos, usei máscara quando saí, não aglomerei. Já tomei a primeira dose da vacina, porque tenho 85 anos. Você sabe o coronavírus é um pesadelo, mas não é o baque que espero a qualquer minuto".