2020 foi uma montanha russa em todas as áreas, incluindo a cinematográfica. Fomos surpreendidos com adiamentos, cancelamentos, estreias fantásticas — e claro — decepções de escala colossal. Quem aí não ficou deitado em posição fetal após assistir a 365 Dias, um dos filmes mais controversos no catálogo da Netflix?
A obra conseguiu romantizar o abuso sexual em plena pandemia, e foi alvo de petições online que pediam a sua retirada dos streamings. Os Novos Mutantes — que já havia se transformado em lenda urbana — foi disponibilizado ao público que aguardava o seu lançamento há anos. Infelizmente, o resultado nos fez rir de nervoso.
Foram tantos tombos audiovisuais em um período de doze meses, que o AdoroCinema precisou se juntar para separar os piores entre os piores. Ficou curioso para saber quais foram os filmes selecionados para essa ilustre lista? Então continua na página:
365 Dias
365 Dias é — sem sombra de dúvidas — o pior filme de 2020. Em uma tentativa falha de recriar o sucesso de Cinquenta Tons de Cinza, a produção polonesa romantizou abuso sexual, sequestro e agressões psicológicas.
Mas além da parte socialmente inadequada do longa, a trama também é medíocre, não indo para nenhum lugar específico em quase duas horas de duração. O resultado é uma obra que não empolga e acaba polemizando sem grandes propósitos.
O lançamento de 365 Dias pegou tão mal, que a cantora Duffy chegou a escrever uma carta aberta ao presidente da Netflix há alguns meses. Assim como a artista, muitas pessoas que foram vítimas de sequestro sexual ficaram ofendidas com a forma em que o assunto foi abordado na produção.
Claro, as cenas eróticas são bem desenvolvidas para um filme mainstream, ultrapassando os limites impostos por Cinquenta Tons de Cinza. Contudo, a equipe por trás do longa não se preocupou em ter um senso de responsabilidade ao construir o roteiro.
7 cenas sensuais do cinema para apimentar o seu fim de semana- Escolhido por: Kalel Adolfo, Luisa Rodrigues e Ygor Palopoli
Emily em Paris
Emily em Paris foi aquela série que as pessoas amaram ou odiaram. Mas aqui no AdoroCinema, a redação não perdoou a obra de Darren Star (Sex and the City). Por ser uma produção de 2020, é surpreendente o quanto os episódios soam problemáticos e dessintonizados com as questões sociais que vêm sendo discutidas desde o início da década.
“É um seriado que não ri de si mesmo, estereotipa tudo e todos que puder, e é extremamente datada nos figurinos, diálogos e edição. Emily em Paris faria sentido nos anos 2000, mas em 2020, romantizar uma jovem adulta sendo assediada por todos os homens ao seu redor — principalmente os mais velhos — para conquistar a liberdade sexual de Paris não cabe mais”, explica Paola Piola, coordenadora de redação do site.
“Fora que é irreal andar de salto alto o tempo inteiro e ser tão feliz daquele jeito. #desabafei”, brinca.
Emily em Paris: Série da Netflix estrelada por Lily Collins é renovada para a 2ª temporada- Escolhido por: Paola Piola e Lucas Leone
Os Novos Mutantes
Os Novos Mutantes se transformou em uma das maiores lendas urbanas da década passada. A produção de Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) foi adiada inúmeras vezes, e finalmente chegou aos cinemas no ano mais controverso deste século. Infelizmente, o resultado apresentado ao público foi extremamente decepcionante.
O híbrido entre os gêneros de super-herói e terror simplesmente não deu certo, e a obra acabou não encontrando sucesso em nenhum território. Ao tentar assustar, o longa soou datado, com efeitos visuais malfeitos e uma atmosfera de tensão nula.
E nos momentos de ação, Os Novos Mutantes simplesmente não encontrava fôlego, já que não construía ápices narrativos para emocionar o espectador. O elenco ainda desperdiçou o talento de gigantes como Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha) e Alice Braga (Esquadrão Suicida) e infelizmente, não soube entregar profundidade e ambição.
Os Novos Mutantes- Escolhido por: Kalel Adolfo e Katiúscia Vianna
Space Force
Quando foi anunciada, Space Force soava como um novo The Office. Inclusive, o gênio da comédia Steve Carell estava no elenco, acompanhado de outros atores que fizeram parte da produção britânica que marcou a cultura pop a partir de 2005. As expectativas estavam altas, mas o seriado não fez jus ao hype.
A cada episódio, a sensação predominante era de que a série tinha muito mais potencial, mas nunca decolava. Os momentos de humor são escassos para uma obra de comédia, e o ritmo desconexo não ajuda a trama, que acaba acelerando arcos importantes e perdendo tempo em pontos esquecíveis. Mesmo assim, a Netflix renovou o seriado para uma segunda temporada, ignorando as críticas do público.
The Office: Os 10 melhores personagens da história da série- Escolhido por: Katiúscia Vianna
A Missy Errada
Durante a pandemia, dar risadas é essencial para aliviar as tensões. Porém, A Missy Errada nos deixou mais tristes do que qualquer outra coisa. De extremo mau gosto, a produção da Netflix limitou suas piadas à sonoplastias cafonas, estereotipações e sacadas tão engraçadas quanto um peido. Esse é sucesso no A Praça é Nossa.
5 filmes de comédia excêntricos na Netflix- Escolhido por: Kalel Adolfo
Jovens Bruxas - Nova Irmandade
Vendido como uma sequência do cultuado Jovens Bruxas (1996), Nova Irmandade conseguiu acertar em alguns detalhes antes de se tornar um fiasco total. No início, a temática feminista agrada e traz uma nova perspectiva para a história sobre feitiçaria. Mas com o passar do tempo, o longa acaba esquecendo o terror, se transformando em um drama de ritmo lento que não encontra um propósito.
Durante os minutos finais, a produção mergulha profundamente na aura de “filme B”, proporcionando efeitos visuais cômicos, um vilão caricato e um desfecho caótico que é resumido em menos de cinco minutos.
- Escolhido por: Barbara Demerov e Kalel Adolfo
Rebecca (2020)
A maior pergunta acerca da produção é: quem pediu o remake de uma das obras mais clássicas de Alfred Hitchcock? Refazer um dos filmes essenciais para o gênero de suspense é uma tarefa bem arriscada, mas isso não desencorajou Ben Wheatley. Infelizmente, a ambição não compensou em nenhum momento.
Enquanto a versão original possui um ar misterioso e sofisticado, Rebecca de 2020 fica limitado a uma atmosfera de filme de vídeo locadora. Nem mesmo Lily James e Armie Hammer foram capazes de salvar o longa, que prefere retratar o romance entre os protagonistas e esquece de intensificar a tensão acerca do desaparecimento da primeira esposa.
- Escolhido por: Barbara Demerov e Rafael Felizardo
Milagre na Cela 7
Milagre na Cela 7 foi um fenômeno no início da pandemia, apostando no melodrama para atrair o público. Contudo, este é o seu maior defeito: o filme se esforça demais para te fazer chorar. Não há honestidade na tristeza retratada na produção, e o roteiro se assemelha a centenas de longas lançados anteriormente.
Inclusive, agora que chegamos a dezembro, ninguém lembra mais da produção. Isso apenas reforça a sua baixa relevância cinematográfica, que não reinventou ou proporcionou novas perspectivas para o gênero de drama.
- Escolhido por: Nathalia Jesus
Era Uma Vez um Sonho
Era Uma Vez um Sonho aparentava ser o maior “Oscar Bait” de 2020. Inclusive, a produção juntou duas mulheres injustiçadas pela academia: Glenn Close e Amy Adams. Mas o que poderia ser um grande espetáculo melodramático acabou se transformando em uma narrativa previsível, que não foi capaz de se aprofundar em nenhuma questão emocional.
- Escolhido por: Barbara Demerov
Cats (Menção Honrosa)
E claro, não podemos deixar de citar Cats. O filme até pode ter sido lançado no ano passado, mas ele é tão flopado, que precisávamos incluir nesta lista. Eu sei, é feio chutar cachorro morto. Mas os efeitos visuais, atuações e trama da obra são tão hilárias, que provavelmente nenhum blockbuster dos próximos anos conseguirá superá-lo no quesito “fiasco”. Mesmo assim, nós temos plena consciência de que a produção se tornará um “trash cult” no futuro, assim como The Room, Freddy vs Jason e O Sacríficio.
- Escolhido por: Bruno Martins