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    Snyder Cut e outros filmes que são melhores na versão do diretor

    Filmes como Blade Runner e Eu Sou a Lenda foram "enxugados" para passar no cinema, e acabaram perdendo detalhes importantes.

    Após o anúncio do Snyder Cut, uma grande discussão foi levantada acerca dos cortes do diretor. Não é de hoje que um filme pode ter várias versões, e nem sempre o público tem acesso ao projeto originalmente idealizado pelo cineasta. Comumente, o estúdio interfere em decisões criativas, e acaba alterando as produções para elas serem mais rentáveis.

    Em alguns casos, o longa continua sendo aclamado. Midsommar — por exemplo — foi extremamente elogiado pela crítica, e o lançamento de um “corte do diretor” foi apenas uma forma de expandir a narrativa (e claro, dar aquela monetizada extra).

    Mas em outros momentos, a versão do diretor acaba sendo bem melhor do que a original. O motivo mais comum, é que Hollywood foge de produções que ultrapassem as três horas de duração. Então, para atrair mais público, acabam reduzindo o tempo de exibição. E claro, isso acaba trazendo enormes prejuízos a trama.

    Outra razão é a censura. A Morte do Demônio, lançado em 2013, precisou ser reeditado para não ganhar uma alta classificação indicativa nos Estados Unidos. Por isso, muitas sequências sangrentas — que exaltavam a atmosfera assustadora da obra — acabaram ficando de fora.

    A boa notícia, é que o lançamento dos filmes em DVD e Blu-Ray comumente proporcionam os queridos cortes originais. Confira os melhores deles a seguir:

    Zack Snyder’s Justice League

    Tudo bem, o Snyder Cut de Liga da Justiça ainda não foi lançado oficialmente. Mas após a divulgação do trailer na DC Fandome, é quase impossível acreditar que a nova versão do filme não será melhor que a de Joss Whedon.

    Diferente do corte que conhecemos, o Snyder Cut terá quatro horas de duração, e trará mais profundidade a diversos personagens como Cyborg e Flash. Zack também é extremamente apaixonado pelo projeto, e vem tentando disponibilizá-lo desde 2017.

    O resultado poderá ser visto ano que vem, na HBO Max. Agora é torcer para o serviço de streaming já estar disponível no Brasil até lá.

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    Midsommar

    O segundo filme de Ari Aster já é excelente em sua versão para os cinemas. Entretanto, o corte do diretor — que estende a duração para quase três horas — intensifica a áurea psicodélica e pagã da obra.

    Além de apresentar melhor os objetivos dos personagens, o Director’s Cut de Midsommar mergulha ainda mais nos rituais religiosos, entregando uma experiência assustadoramente imersiva.

    Ao invés de acrescentar novos arcos, o corte expande o que já foi apresentado na obra, trazendo nuances mais profundas para a história. Portanto, se você ainda não assistiu ao filme, recomendamos que comece pela versão do diretor.

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    Blade Runner

    Blade Runner possui diversos cortes diferentes. No início dos anos noventa, uma rede de cinemas decidiu reeditar o filme, e passou a exibi-lo como uma versão inédita do diretor. Detalhe: Ridley Scott não sabia disso.

    Obviamente, o cineasta ficou furioso, e resolveu lançar o seu próprio Director’s Cut em 1992. Não satisfeito com o próprio trabalho, disponibilizou um segundo corte em 2007, que foi chamado de “Final Cut”.

    Nem é necessário dizer que o longa já era um clássico. Contudo, o corte final de Scott corrigiu alguns efeitos especiais, e remasterizou diversas sequências da película original. De um ponto de vista narrativo, não há tantas mudanças gritantes.

    Porém, a versão final da obra definitivamente elevou a experiência, principalmente para as audiências mais jovens, que podem ter preconceito com visuais “datados”.

    Doutor Sono

    Doutor Sono é um dos melhores suspenses dos últimos anos, e grande parte disso é responsabilidade do cineasta Mike Flanagan (Jogo Perigoso). Contudo, as conexões cinematográficas com O Iluminado impediram o filme de brilhar por conta própria. É impossível equiparar quaisquer filmes de terror com a obra impecável de Kubrick.

    Porém, a versão do diretor trouxe mais autonomia à produção. Ao invés de abusar da nostalgia, a passagem de Dan Torrance pelo Hotel Overlook no corte alternativo se transformou em uma sequência extremamente atmosférica e empolgante.

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    Com três horas de duração, a edição original de Doutor Sono também reforça as metáforas sobre alcoolismo presentes no longa, e fortalecem o protagonista.

    Eu Sou a Lenda

    O final de Eu Sou a Lenda no corte do diretor é drasticamente diferente. Na época, o estúdio quis entregar uma conclusão mastigada para o público, onde Will Smith se sacrifica pelos amigos, sem muitas explicações.

    Contudo, na versão original, a decisão altruísta é aprofundada. Descobrimos as motivações e as reflexões que antecederam a atitude heróica, e tudo faz mais sentido. Inclusive, os fãs acreditam que o Director’s Cut é bem mais fiel ao livro.

    Apocalypse Now

    Apesar de Apocalypse Now ter sido lançado com 2h33 de duração, a versão do diretor — chamada de Redux — acrescentou 49 minutos de conteúdos extras ao longa. Entre eles, estão dois arcos narrativos inéditos, que aumentaram o universo quase pós-apocalíptico criado por Francis Ford Coppola.

    Vale lembrar que o filme ganhou uma incrível remasterização, que chegou a ser exibida em alguns cinemas brasileiros antes da pandemia. Neste caso, não é que o Redux é extremamente melhor que o primeiro corte. Contudo, a versão estendida proporciona ainda mais momentos perfeitos ao clássico de 1979.

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    Quase Famosos

    Com 30 minutos adicionais, o corte do diretor de Quase Famosos é o equivalente a uma viagem no tempo diretamente para a era do Glam Rock. Em questão de imersividade, a versão para os cinemas parece até rasa perto desta.

    Entretanto, todas as edições do filme são excelentes. Inclusive, antes mesmo do Director’s Cut ser divulgado, Almost Famous venceu uma estatueta de Melhor Roteiro Original no Oscar. Mas claro: Se você quer ter a experiência completa, assistir ao corte do diretor é sempre essencial.

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