A diversidade de gênero é uma luta constante em Hollywood, já que as diretoras representam um número muito menor do que o que condiz com os diretores. O mesmo pode ser dito com relação à diversidade de raça na indústria: em um estudo de 2019, por exemplo, foi avaliado que cerca de 11% dos diretores dos 100 melhores filmes do ano eram mulheres, mas apenas três dentro desta parcela eram negras.
Por mais que uma inclusão mais justa em relação aos números e percentuais ainda deixe a desejar, há de se concordar que os cineastas negros fazem um ótimo trabalho na televisão e na telinha. Suas obras merecem ser celebradas e, por muitas vezes, tratam de temas atuais e destacam o preconceito racial que ainda perdura.
Confira abaixo cinco nomes que estão crescendo cada vez mais aos olhos do público e da indústria:
A cineasta e roteirista alavancou sua carreira ao receber em Sundance o prêmio de melhor direção pelo seu segundo longa-metragem, Middle of Nowhere. DuVernay foi a primeira afro-americana a ganhar tal prêmio em décadas de festival.
Com Selma, em 2014, foi indicada ao Globo de Ouro. Pelo elogiado documentário a 13ª Emenda, chegou a ser indicada ao Oscar na categoria. E, pelo seu trabalho mais conhecido, Olhos que Condenam, a minissérie concorreu a três prêmios no Emmy Awards em 2019.
A roteirista e diretora de 43 anos possui uma bela carreira. Com seu primeiro filme, Pariah, venceu a todos os prêmios aos quais estava indicada em festivais pelos Estados Unidos, incluindo o Los Angeles Film Festival. O filme também foi indicado ao grande prêmio do júri em Sundance, em 2011. Rees trabalhou com Queen Latifah em Bessie, filme da HBO que recebeu quatro prêmios no Emmy 2015.
A roteirista fez história no Oscar quando, com seu filme Mudbound, foi indicada ao Oscar por melhor roteiro. Tal feito transformou Rees na primeira mulher negra a ser indicada nas categorias de roteiro, majoritariamente dominada por roteiristas masculinos. Além disso, Mary J. Blige, atriz coadjuvante de Mudbound, também foi indicada ao Oscar e fez de Rees a primeira mulher negra a dirigir um filme para o qual um ator ou atriz foi indicado à estatueta.
Brasileiro, Oliveira é sócio-fundador da Filmes de Plástico, produtora audiovisual, e iniciou sua carreira com o curta-metragem Fantasmas, em 2010. Seu curta Pouco Mais de um Mês, de 2013, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, assim como Quintal (2015). Os dois filmes receberam os prêmios Illy em Cannes.
Em 2015, seu primeiro documentário, chamado Ela Volta na Quinta, recebeu o prêmio especial do júri no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires (BAFICI). Seu mais recente longa-metragem, o belo e elogiado Temporada, recebeu o Troféu Candango de Melhor Filme em 2018. O filme chegou ao circuito nacional em 2019 e conta com Grace Passô no elenco.
Com apenas 34 anos, Coogler já trabalhou dentro do cinema independente com curtas-metragens e chegou ao patamar da Marvel Studios. Seu primeiro longa, Fruitvale Station, com Michael B. Jordan, recebeu o prêmio de melhor filme na mostra Um Certo Olhar em Cannes 2013, além de diversos prêmios em outros festivais (como o grande prêmio do júri em Sundance).
A partir deste ótimo início de carreira, Coogler repetiu a parceria com B. Jordan na continuação da franquia Rocky, Creed. Sylvester Stallone recebeu o Globo de Ouro por reprisar o papel de Balboa, enquanto Tessa Thompson e B. Jordan receberam prêmios na cerimônia da African-American Film Critics Association. Após o sucesso de Creed, Coogler foi para a Marvel dirigir e roteirizar Pantera Negra, sendo o mais novo diretor de um filme do Universo Marvel. Pela terceira vez repetiu a parceria com B. Jordan. Pantera Negra foi indicado a sete categorias no Oscar 2019.
A atriz e diretora de 59 anos já trabalhou com Spike Lee e atuou em O Silêncio dos Inocentes. Mas, após trabalhar em diversos filmes como atriz, começou sua carreira como diretora em 1997, com o longa Eve's Bayou.
Em 2019, seu fime Harriet estreou no Festival de Toronto e passou a ganhar muita atenção da imprensa e do público, até chegar à indicação da atriz principal Cynthia Erivo ao Oscar. Em março de 2020, a minissérie Self Made, a qual Lemmons atua como produtora-executiva, estreou na Netflix.