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    Minha História: Diretora conta que senso de humor de Michelle Obama a pegou de surpresa (Exclusivo)

    Entrevistamos Nadia Hallgren sobre documentário da Netflix que conta a trajetória da ex-primeira dama.

    Michelle Obama é certamente uma das personalidades norte-americanas mais interessantes da atualidade. Seu papel como primeira-dama dos Estados Unidos ao longo de oito anos não só foi bem executado como também possibilitou a chance de trilhar por caminhos diferentes - mas sempre pensando no âmbito social do país onde vive.

    Desde 2017, ano em que o Donald Trump foi eleito presidente, Michelle continuou a trabalhar ao lado do marido em eventos e convenções para falar especialmente com o público jovem. Desta forma, também passou a se tornar ainda mais um símbolo inspirador para as mulheres, especialmente as norte-americanas afro-descendentes. 

    O sucesso em sua jornada foi tanto que Michelle decidiu escrever um livro, chamado Minha História, em 2018. Agora, em 2020, a diretora Nadia Hallgren transporta tal trajetória para as telas em um documentário homônimo para a Netflix. Entrevistamos Hallgren sobre a visão de mundo da advogada e escritora, o que a cineasta aprendeu ao lado de Obama e mais. Minha História estreia nesta quarta-feira, 06, na Netflix.

    Confira a entrevista completa abaixo:

    AC: O documentário nos dá uma ótima perspectiva sobre como é estar com Michelle, seja como mulher ou como ex-primeira-dama. Mas eu gostaria de saber sobre sua experiência. Como foi experimentar isso como diretora e o que você mais gostou de descobrir em Michelle?

    Nadia: Minha experiência com a Sra. Obama como diretora foi simplesmente incrível. Você sabe, a oportunidade de contar a história de uma dama da igreja local e você sabe, alguém que tem uma vida tão complexa é realmente uma oportunidade incrível. E você sabe, ao passar um tempo com ela, acho que uma das coisas que mais me surpreendeu nela foi seu senso de humor e o quão engraçada ela é. Sabe, acho que isso me pegou de surpresa. E ela usa o humor de uma maneira tão boa para se conectar com as pessoas e se abrir, que isso faz parte do relacionamento que ela realmente tem com o irmão e a mãe, e uma das partes mais divertidas de se fazer o filme é realmente vê-la e esse elemento.

    AC: É muito interessante como o documentário não se apressa em apresentar Obama à narrativa, pois Michelle sempre teve muita história para contar. Mas é inevitável colocá-lo ali, porque o que eles construíram juntos foi algo enorme. Como você mediu o espaço de Michelle como esposa de Barack e Michelle como mulher, mãe e profissional?

    Nadia: Esse equilíbrio aconteceu graças ao fato de que grande parte de sua vida aconteceu antes dos tempos na Casa Branca, e alguns dos anos mais formativos para ela foram quando ela era criança e como começou a entender seu mundo. Isso foi algo importante que tínhamos de contar. Então, começamos por quando ela ainda é uma jovem que cresce no sul de Chicago, como é esse mundo para Michelle. Desde quando ela estudava no ensino médio e sua orientadora lhe diz que ela nunca vai entrar em Princeton, como isso moldou quem é ela hoje. E então a faz dizer: "bem, deixe eu mostrar a você". Aí vemos ela indo para Princeton se tornar uma advogada, depois indo para Harvard... Enfim, ela fez todas essas coisas durante a construção de sua vida profissional - e tudo isso foi antes de conhecer o presidente Obama. Então, foi realmente importante para mim contar a vida dela antes que ela conhecesse o marido, porque tudo foi muito interessante e importante para a pessoa que ela acabou se tornando.

    AC: O quão importante você considera o lançamento deste documentário no cenário mundial atual? Porque o filme traz uma sensação agridoce...

    Nadia: Neste momento em que estamos, eu realmente espero que o filme lembre as pessoas da comunidade maravilhosa que todos nós temos quando nos reunimos. E também que as nossas histórias e quem somos enquanto indivíduo são aspectos muito importantes de nos lembrar sempre. Esses tempos passarão. Eu sei que todo mundo está realmente desejando e voltando a ter aquela sensação de como é estarmos todos juntos. E acho que o filme realmente nos lembra disso.

    AC: Qual foi o melhor momento que você passou ao lado de Michelle enquanto filmava o documentário?

    Nadia: Um momento que eu achei muito emocionante foi quando ela voltou para sua casa de infância com a sra. Robinson, sua mãe, e elas se relembram de seu pai que faleceu quando Michelle era jovem. Ela acabara de conhecer presidente Obama naquela época, um jovem Barack Obama. E elas conversaram sobre como o pai nunca a viu se tornar quem ela é; um homem que trabalhou tanto para que seus filhos fossem educados e tivessem uma ótima vida. E a maneira como ambas evocam seu espírito naquele momento é muito bonito - eu tento não ser tão emocional para pensar nele naquele espaço e em como ele teria ficado tão orgulhoso dela. Para mim, isso foi realmente especial.

    AC: Você pensa em fazer um documentário sobre Barack ou suas filhas num futuro próximo?

    Nadia: (risos). Não no momento! Acabamos de terminar este filme. Então, por agora, estou pensando um pouco e explorando algumas ideias, mas por enquanto nenhuma dessas ideias está em cima da mesa.

    AC: Se você pudesse resumir o que Michelle significa para os jovens de todo o mundo, como faria?

    Nadia: Pela minha experiência, Michelle Obama representa uma mulher gentil, calorosa, engraçada e inteligente na qual os jovens podem se ver e compreender suas experiências também. Ela não tem medo de ser vulnerável e de contar sua história, com todas as partes boas e difíceis envolvidas nisso. Os jovens de hoje em dia realmente podem se relacionar com a mensagem que ela passa de forma natural.

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