![](https://br.web.img2.acsta.net/r_654_368/newsv7/20/02/11/22/42/4059553.jpg)
16 anos após o lançamento da primeira refilmagem americana de Ju-on, a nova versão de O Grito promete ser a mais perturbadora. Pelo menos é o que conta o diretor da obra, Nicolas Pesce. Em entrevista à revista SFX, o cineasta afirmou que a sua reimaginação do clássico do terror japonês terá mais cenas assustadoras do que normalmente se vê no gênero de horror.
Esta é uma afirmação ambiciosa, principalmente por O Grito ser apenas o terceiro filme de Nicolas. Entretanto, se nos basearmos em suas obras anteriores, podemos perceber que o diretor tem duas características recorrentes em seus longas: violência extrema e estilização inusitada. No terror, estes são traços que podem garantir uma experiência amedrontadora.
Um exemplo disso é Clímax, de Gaspar Noé. Apesar de ter uma narrativa simples, sobre dançarinos que consomem drogas involuntariamente em uma festa, o espectador ainda pode se sentir sufocado, já que o filme tem longos planos sequências que tornam o ritmo atordoante.
Este fator, combinado à situações cruéis e ambientações claustrofóbicas, transformam um conto simples em uma jornada cinematográfica subversiva. E é justamente essa abordagem narrativamente simples e visualmente agressiva que pode ser vista nas obras de Nicolas.
Nicolas Pesce: Qual é a marca do diretor?
O primeiro longa do diretor, Os Olhos da Minha Mãe, estreou no festival de Sundance em 2016, e dividiu a opinião da plateia por ser repulsivo.
![](https://br.web.img2.acsta.net/newsv7/20/02/11/22/49/3669557.jpg)
A proposta é simples: Uma mulher chamada Francisca presencia um assassinato, e começa a enlouquecer pelo trauma. Mas o que realmente eleva o impacto do filme são seus recursos fílmicos, que incluem uma atmosfera onírica, sanguinolência e uma cinematografia em preto e branco que causa estranheza em quem assiste.
Estes artifícios se repetem em seu segundo longa, Piercing. Lançado em 2019, a trama é descomplicada, mas provoca desconforto por sua estrutura sádica, que mistura gêneros e apresenta personagens controversos. Por mais que seja apenas uma história sobre vingança, a forma em que é feita potencializa a sensação de aflição.
![](https://br.web.img2.acsta.net/newsv7/20/02/11/22/49/3682037.jpg)
E agora, em seu terceiro filme, o diretor provavelmente irá replicar a fórmula que lhe garantiu elogios da crítica. A prova disso, é que o próprio Nicolas Pesce explicou que pretende manter a simplicidade do clássico oriental, acrescentando brutalidade na receita.
Como consequência, o filme recebeu a classificação para maiores de 17 anos nos Estados Unidos. Nenhuma das versões anteriores de O Grito ganharam essa restrição etária. Ainda em entrevista à revista SFX, Nicolas esclareceu o motivo: “Nós ganhamos permissão para ser sangrentos. E uma das coisas mais legais sobre o longa, são que as cenas de morte não são causadas por fantasmas. Na verdade, os espíritos influenciam as pessoas a fazerem coisas terríveis com elas mesmas”.
Em outra conversa com o canal Dread Central, o diretor afirmou que construiu um longa com profundidade de personagens e assuntos relevantes, para corresponder às expectativas do público mais exigente. O resultado de sua evolução como cineasta, e as variações de suas características poderão ser vistas ainda nesta semana.
A nova adaptação de O Grito conta com Lin Shaye (da franquia Sobrenatural), David Lawrence Brown (X-Men: O Filme) e Andrea Riseborough (Birdman) no elenco.
![](https://br.web.img3.acsta.net/r_640_360/videothumbnails/19/12/11/19/32/5453542.jpg)
Filmes de terror em 2020
- ESPIRAL – O Legado de Jogos Mortais: Crimes são investigados em primeiro teaser de reboot da franquia (Exclusivo)
- O Homem Invisível: Trailer traz Elisabeth Moss sendo atormentada pelo ex-marido
- Calendário de filmes de terror em 2020