“Eu não sabia que a cena estaria no trailer. Fiquei chocada, tipo, uau!” Naquela manhã de final de agosto, Daisy Ridley ainda está impactada pelo teaser-trailer de Star Wars: Episódio IX - A Ascensão Skywalker revelado dois dias antes, durante o evento D23. Em especial, ela se refere ao momento em que sua personagem, Rey, surge em uma versão “dark”, pálida, com os olhos vidrados e empunhando um sabre de luz vermelho, duplo e dobrável.
Portar a arma de modelo inédito na saga cinematográfica, ainda mais uma da cor típica dos vilões Sith, não fez Daisy necessariamente se sentir mais “durona”, ela explica. Mas a experiência teve lá suas vantagens. “É divertido interpretar a melhor versão de alguém, e daí a pior. É algo incrível de se realizar como atriz, mas que não conseguimos fazer com frequência”, ela explicou a um grupo de jornalistas em um evento em Los Angeles, com a participação do AdoroCinema. Apesar da empolgação, ela se desviou de especificar o contexto ao qual a já icônica cena se aplica. “Eu não posso contar. Mas eu me senti muito bem. Esse é o máximo que posso dizer, infelizmente.”
De fato, é difícil arrancar de Daisy Ridley (ou de outros profissionais envolvidos com Star Wars) qualquer informação sobre o desfecho da adorada saga de nove filmes iniciada em 1977. Mas falar sobre a experiência na pele de Rey parece um prazer para a britânica de 27 anos, seis dos quais conectada às aventuras de uma galáxia muito, muito distante. “Aquela cena [do sabre de luz duplo] foi filmada na Inglaterra, em novembro [de 2017]. Havia uns canhões de água enormes e estava realmente muito, muito frio. Todo mundo literalmente encharcado”, ela relembra. “Foi difícil, mas também foi incrível, porque a cena pegou o imediatismo da reação.”
Com uma pequena ajuda dos amigos
Também é difícil falar sobre as motivações de Rey em Episódio IX sem mencionar seu verdadeiro oposto na trilogia: Kylo Ren, o vilão relutante e impetuoso interpretado por Adam Driver.
“Eu adoro trabalhar com o Adam”, diz Daisy. “É um ator fenomenal e está sempre tão imerso no personagem que não é difícil atuar com ele. Naquela cena de tortura [em Episódio VII], tudo era bem complexo. Estávamos repetindo takes por bastante tempo e me lembro de pensar: ‘Como vou chegar a esse mesmo ponto a cada nova tentativa?’ E o Adam estava tão dentro da cena e me concedeu tanto tempo... Eu não sei se outra pessoa teria feito isso.”
Conforme revelado no teaser da D23, e também no trailer seguinte divulgado em outubro, Rey e Kylo Ren devem travar ao menos mais um embate raivoso de sabres de luz em Episódio IX. Mesmo em cenas de pura ação coreografada, a química entre Daisy e Adam continua firme — e o respeito mútuo também. “Nós estávamos filmando uma grande cena de luta e a gente ficava: ‘Você está bem? Está tudo certo? A distância está boa?” Sempre houve uma preocupação com a segurança e o bem estar de cada um”, ela conta.
O que não evitou que as coisas saíssem do controle em momentos mais intensos. “Eu devo ter atingido o Adam algumas vezes”, ela conta. “Uma vez ele acertou meus dedos, mas a gente finalizou a cena mesmo assim. E quando terminamos, meu Deus [faz expressão de dor]. Eu até pedi um minuto. Eu achei que tinha quebrado os dedos.”
A experiência de Daisy Ridley com Episódio IX durou sete meses seguidos (“E não fiquei doente um único dia”, comemorou), mas ela facilmente consegue escolher o momento mais emocionante das filmagens. “Houve uma cena que me tocou bastante”, conta. “Era nosso último dia filmando na Jordânia e a luz natural estava acabando. E foi tão emocionante. Foi só uma cena curta, filmamos muito rápido, mas a equipe ficou abalada de um jeito que eu não tinha visto antes. E pensei: ‘Meu Deus, se essa é a reação imediata das pessoas quando a cena nem está pronta, imagine como será ver isso no cinema, com a trilha sonora de John Williams e tudo o mais.”
Você confere mais trechos das entrevistas com o elenco de Episódio IX ao longo das próximas semanas aqui no AdoroCinema. Star Wars: A Ascensão Skywalker estreia em 19 de dezembro no Brasil.