Depois de 12 temporadas, dois filmes - e uma viagem para a Itália -, como os Detetives do Prédio Azul podem se superar? Para onde ir? Para Ushuaia, no extremo sul da Argentina, região conhecida como “o fim do mundo” - a gente mesmo responde.
É para lá que a turminha do Prédio Azul vai no terceiro filme da franquia, Uma Aventura no Fim do Mundo, agora sob a direção de Mauro Lima. O AdoroCinema visitou um dia de filmagem do novo longa - não entre os pinguins, mas no centro do Rio de Janeiro mesmo, para constatar algumas mudanças. Sim, vai ter despedida.
“É o primeiro filme em que a Berenice veste a capa de detetive”, já adianta a intérprete da personagem, Nicole Orsini. E Letícia Braga, a Sol, explica as modificações: “Nós três, os detetives, já vivemos muitas aventuras, tanto na série quanto nos dois filmes, com as nossas capas. E nós estamos nos despedindo da série, do D.P.A.” (Confira no vídeo acima).
Se no primeiro filme eles tiveram que lidar com Leocádia (então interpretada por Tamara Taxman) ficando boazinha, agora é o querido Severino quem fica malvado. “Estou tendo que desconstruir todo o sentimento que rola do Severino com as crianças, com os pais das crianças, porque esse personagem é um lado malvado do próprio Severino. Ou um espírito do mal que entra através deste medalhão”, aponta Ronaldo Reis.
O ator se refere à metade de um amuleto encontrado numa floresta que interfere na personalidade do porteiro que, bem intencionado, só queria presentear a Sol.
A trama, aliás, gira em torno do artefato. Para trazer Severino de volta ao prumo, é que o trio e Berenice precisarão se deslocar até Ushuaia e recuperar a metade “do bem” do Medalhão de Uzur, que é responsável por controlar toda a magia existente no mundo.
“É uma experiência legal para a gente, que está acostumado com essa imagem até do Ronaldo, de uma boa pessoa, de um cara brincalhão, e ele está completamente mudado nesse filme. A gente está tendo um mega workshop com ele”, teoriza Pedro Henriques Motta, o Pippo.
Vindo de cinebiografias adultas como Meu Nome Não É Johnny, Tim Maia e João, o Maestro, o diretor da vez é Mauro Lima, que já havia se aventurado pelo universo infantil no início da década com Tainá 2 (2005). “Eu fui conhecer melhor e entender melhor do que se trata [D.P.A.] quando eu entrei nesse projeto. Aí, eu entendi que era um Beatlemania de criança”, ele brinca.
O filme terá participações especiais de Lázaro Ramos, que faz um bruxo dono de uma fábrica de doce de leite; Alinne Moraes, como uma biblioteconomista responsável por um museu; e Rafael Cardoso no papel de um piloto de avião inspirado na obra do autor Antoine de Saint-Exupéry (de “O Pequeno Príncipe”), conforme adianta o diretor.
Interessadas no poder do Medalhão de Uzur, as vilãs da vez estão sob a pele de Alexandra Richter e Klara Castanho. Elas são Dubívora e Dunhoca. Mãe e filha. Duas cobrinhas. Literalmente.
“O celular da Dunhoca é uma cobra, o carro é todo estampado de cobra. Então, a gente foi pegando elementos que pudessem influenciar na criação dos personagens”, explica Klara.
Sobre as referências, Alexandra diz que mirou na Meryl Streep de Caminhos da Floresta, mas sem se preocupar exatamente em acertar o alvo. “Ela faz uma bruxa que é bem bruxa, corcunda, com aquele cabelo branco”.
Já Harry Potter (Nagini, você está aí?) não foi exatamente um modelo para elas. “Será que alguém vai me matar se eu disser que nunca vi nenhum [filme Harry Potter]?” É bem possível, Klara.
Detetives do Prédio Azul 3 - Uma Aventura no Fim do Mundo tem previsão de estreia em 25 de junho de 2020. Antes, a turma estreia ao vivo, nos palcos do Rio de Janeiro, “Um Mistério no Teatro - D.P.A., a Peça”.