Depois de ter sido oficialmente considerado um foragido da justiça norte-americana pelas acusações de assédio sexual com uma menor de idade, o cineasta Roman Polanski decidiu deixar o país para morar na França. Assim, a nova estadia criou a condição de que o diretor não pode deixar a Europa: a não ser, é claro, que queira ser preso.
An Officer and a Spy, último longa do diretor, foi exibido no Festival de Veneza, na Itália, mas sem a presença do próprio realizador. A própria decisão de incluir o longa na premiação, inclusive, foi motivo de debate, já que Roman vem sendo retirado de diversas outras organizações, como a Academia do Oscar, que recentemente o expulsou como membro.
Lucrecia Martel, que está atualmente presidindo o júri do Festival de Veneza, já havia se manifestado a respeito da decisão, afirmando que é completamente contra celebrar a pessoa de Polanski, mas que sua obra possui qualidades que merecem ser levadas em consideração dentro do âmbito cinematográfico.
An Officer and a Spy Alfred fala a respeito da vida de Alfred Dreyfus, judeu preso em 1895 que foi posteriormente condenado à morte sob acusações falsas feitas pelos militares. O roteiro é assinado Robert Harris (O Escritor Fantasma), baseado na famosa carta ao Presidente da República do autor Émile Zola.