Durante seu anúncio da decisão de mover a direção da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para Brasília, o presidente Jair Bolsonaro usou como argumentativa o "ativismo" velado em algumas produções brasileiras, como, por exemplo, Bruna Surfistinha, estrelado por Deborah Secco. No entanto, algumas horas depois, foi a vez da atriz rebater as críticas.
Em um áudio, fornecido por sua assessoria de imprensa à Veja, Deborah disse estar impressionada com a declaração: "Fiquei muito triste e um pouco chocada do filme ter sido colocado nesse lugar. Temos que falar sobre tudo para que, através da arte, possamos debater sobre a realidade. Não podemos nos calar vendo tudo isso”.
Secco aproveitou para ressaltar a importância do debate sobre prostituição no Brasil: "A história retrata uma história real, não só da Bruna, mas de outras mulheres que se encontram nessa situação. Queria muito que nenhuma mulher tivesse que se vender para sobreviver, mas essa não é a realidade no nosso país".
Justificando sua escolha de mover a direção da Ancine para Brasília, Jair declarou que seria inadmissível que "se façam filmes como o da Bruna Surfistinha". A transferência do Conselho Superior de Cinema para a Casa Civil foi assinada no fim desta quinta-feira (18).