Por ordens diretas do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) terá sua direção transferida para Brasília. Confirmado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, o pedido tem como justificativa um suposto ativismo contido em determinados filmes financiados pela agência pública.
Um dos exemplos dados por Bolsonaro foi o longa Bruna Surfistinha, protagonizado por Deborah Secco: "Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. Ele [Osmar Terra] apresentou propostas sobre a Ancine, para trazer à Brasília. Não somos contra essa opção ou aquela , mas, o ativismo, não podemos permitir, em respeito às famílias, uma coisa que mudou com a chegada do governo".
O comunicado foi feito pelo próprio Jair durante um evento comemorativo aos 200 dias da instauração do novo governo brasileiro. A transferência do Conselho Superior de Cinema — responsável pela política nacional de audiovisual — para a Casa Civil foi assinada no fim desta quinta-feira (18). A ideia é que, a partir de agora, o Palácio do Planalto possa opinar nas decisões feitas pelo órgão.
Vale lembrar que, recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu uma recomendação de congelamento do Fundo Setorial do Audiovisual, responsável pelos repasses de verba para projetos audiovisuais. Na ocasião, por determinação do TCU, a Ancine foi instruída a reavaliar seus projetos e práticas, na intenção de sanar eventuais brechas.