Em sessão lotada no Espaço Itaú de Curitiba neste domingo (09), o documentário Chão, exibido anteriormente no Festival de Berlim deste ano, foi aplaudido de pé pelo público no 8º Olhar de Cinema. Antes de sua exibição e do debate que sempre é realizado após as sessões de estreia, a diretora Camila Freitas falou com a plateia ao lado de sua equipe técnica e também de seus protagonistas, membros do MST de Santa Helena, Goiás.
Freitas afirmou que o resultado que sempre buscou era o de construir a história de um acampamento a partir da apropriação do espaço e de uma transformação que é completamente política. "Eu fui percebendo que essa relação do movimento com o espaço, com essa transformação, não era só pontual. Todo o tempo nós pensávamos no que era interessante contar, o que era possível mostrar ou não. Por termos atravessado esses quatro anos de turbulência no país em questões políticas, eu acabei voltando para dentro. Foi um processo muito pessoal", disse.
Além da diretora, Nelson (que não informou seu sobrenome), um dos personagens de Chão e diretor do MST no estado de Goiás, deixou clara a razão pela qual o movimento existe: "O MST também quebra o latifúndio da arte: nós somos capazes de produzir arte, música e poesias. O protagonismo do movimento neste exato momento está nos trabalhadores de modo geral, incluindo indígenas, quilombolas e tantos outros que têm seus territórios ameaçados. O filme Chão é importante de modo geral para retratar toda a nossa classe diante desses momentos difíceis".
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