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    Olhar de Cinema 2019: Curtas da francesa Germaine Dulac expõem sua visão vanguardista dentro do surrealismo

    Três de suas produções fazem parte da programação do festival dentro da mostra Olhares Clássicos.

    Se não fosse por Luis Buñuel, a diretora francesa Germaine Dulac poderia ter a chance de ser considerada como a precursora do surrealismo. Apesar de também possuir elementos impressionistas, seu curta-metragem O Caracol e o Clérigo, de 1926, foi lançado dois anos antes de Um Cão Andaluz, uma das obras mais famosas de Buñuel e que ainda mantém-se como a que abriu tal movimento cinematográfico.

    Os talentos dentro de presenças majoritariamente masculinas não devem ser questionadas, mas é fato que Dulac também possuía uma visão vanguardista dentro de seu caprichoso estilo de direção. O mesmo pode-se dizer de Agnès Varda, que mesmo tendo lançado filmes no prelúdio da Nouvelle Vague não aparece na maioria dos livros e estudos sobre o movimento francês.

    Pensando nisso e na abertura importante que deve ser dada à essas mulheres que marcaram a história do cinema mais do que se pode imaginar, o 8º Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba montou uma mostra dentro da programação Olhares Clássicos para Dulac. Três obras de sua autoria foram as escolhidas para serem apresentadas exclusivamente ao público do festival: Danses espagnoles (1928), Celles qui s’en font (1928) e o média-metragem La Cigarette (1919).

    A retrospectiva conta com cópias bem preservadas (apenas La Cigarette não está completamente conservada) e que fazem o espectador viajar no tempo para uma época em que o cinema ainda estava tomando forma - mas com a forte visão de Dulac para com suas personagens femininas em pleno século 20.

    O Programa Germaine Dulac acontecerá novamente no dia 10 de junho no Espaço Itaú de Curitiba. Confira a programação do site aqui e continue acompanhando a cobertura do AdoroCinema no 8º Olhar de Cinema!

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