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    Festival de Cannes 2019: Filme italiano com Maria Fernanda Cândido divide holofotes com longa polêmico do diretor de Azul É a Cor Mais Quente

    “I see you baby/ Shaking that ass”.

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    Desde que a operação Lava-Jato tomou conta do noticiário nacional, o termo “delação premiada” virou vocabulário comum na mais prosaica conversa de botequim do país. Desse modo, não vai faltar crítico de “mesa de bar” no Brasil quando O Traidor, do italiano Marco Bellocchio (Bom Dia, Noite), estrear nos cinemas nacionais (ainda sem data).

    Baseado em uma história real, o longa é a cinebiografia de Tommaso Buscetta (Pierfrancesco Favino), tido como um dos mafiosos mais poderosos da Itália, que foi o principal informante da justiça daquele país em uma gigantesca operação que resultou na prisão de centenas membros da máfia. O principal interlocutor de Buscetta foi o juiz Giovanni Falcone (interpretado por Fausto Russo Alesi), um ídolo do brasileiro Sérgio Moro (na “vida real”). Maria Fernanda Cândido interpreta Cristina, a esposa de Tomasso nesta que é uma coprodução Itália-Brasil-França-Alemanha.

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    Com um início morno (que se passa na terra da Lava-Jato), Il Traditore (no original) tem seu ponto alto na recriação do julgamento dos criminosos: malandros, cafajestes, sonsos, enfim, personagens hilários na narrativa ficcionalizada. Ainda assim, o filme dividiu opiniões pela Croisette. “O diretor Marco Bellocchio trabalha a cinebiografia em modo Wikipédia, listando nomes e datas na tela, saltando de um julgamento a uma investigação, de uma cidade onde mora Tommaso à outra, onde é forçado a se exilar”. “Quando tudo é intenso, nada o é”, avalia a crítica do AdoroCinema.

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    “Intensa” mesmo foi a estreia de Mektoub, My Love: Intermezzo, continuação de Mektoub, My Love: Canto Uno, do tunisiano Abdellatif Kechiche (vencedor da Palma por Azul É a Cor Mais Quente, outro longa que fez barulho em Cannes, criticado pela suposta fetichização do sexo lésbico pela visão masculina).

    Nada a ver com a duração do filme, que foi cortado, aparentemente, em meia hora, depois do anúncio inicial de 4h de projeção. Ou não. O longa traz uma sequência de sexo oral de pelo menos 10 minutos ininterruptos que, aparentemente, não foi encenada (se é que vocês nos entendem).

    Questionado sobre a cena na coletiva para a imprensa, o cineasta foi taxativo: “A coisa mais importante para mim, e é isso que eu quero dizer imediatamente, foi celebrar a vida, o amor, o desejo, a respiração, a música, o corpo".

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    A crítica do AC recorreu aos versos do Groove Armada para tentar reproduzir a sensação despertada pelo filme: “I see you baby/ Shaking that ass/ Shaking that ass/ Shaking that ass/ I see you baby/ Shaking that ass/ Shaking that ass/ Shaking that ass”, que, em tradução livre, seria algo do tipo “Tô te vendo/ Balançando essa bunda/ Balançando essa bunda/ Balançando essa bunda” (bom, vocês entenderam).

    Em Intermezzo, o jovem fotógrafo Amin (Shaïn Boumedine) goza dos últimos dias de suas férias e se torna cada vez mais próximo de Charlotte (Alexia Chardard), a antiga namorada do primo dele. E é basicamente só isso mesmo.

    O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

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