Sand Van Roy usou o tapete vermelho do Festival de Cannes para divulgar uma poderosa mensagem sobre violência contra mulheres nesse domingo (19). Na estreia do novo filme de Terrence Malick, A Hidden Life, a atriz belga mostrou as costas nuas em que uma tatuagem temporária dizia "stop violence against women" (pare a violência contra mulheres, em tradução livre) junto ao símbolo do feminismo.
Acredita-se que a tatuagem foi em protesto à homenagem ao ator francês Alain Delon, que recebeu uma Palma de Ouro honorária esse ano, mesmo após ter feito declarações controversas. Ele afirmou que estapeava mulheres, se opunha à adoção de filhos para casais do mesmo gênero e apoiava o político de extrema direita Jean-Marie Le Pen. Diversos grupos criticaram a decisão do festival, incluindo ativistas do Women and Hollywood, e 26 mil pessoas assinaram uma petição contra a honraria ao ator. Em resposta às críticas, Thierry Frémaux, diretor de Cannes, declarou: "Não vamos dar o Nobel da Paz para Alain Delon, vamos lhe dar uma Palma de Ouro por sua carreira como ator".
Essa não é a primeira vez que Sand Van Roy usa sua plataforma para falar sobre violência contra mulher, em 2018 ela fez parte da onda de acusações contra poderosos homens de Hollywood conhecida como movimento #MeToo. A atriz acusou Luc Besson, com quem ela trabalhou em Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, de estupro, mas seu caso acabou sendo descartado pela promotoria francesa. Outras oito mulheres também foram à público com acusações de assédio e estupro contra o diretor.
No dia anterior, o tapete vermelho de Cannes deu lugar a outro protesto. Sessenta ativistas se reuniram para a exibição do documentário sobre aborto Que Sea Ley, dirigido por Juan Solanas, e realizaram uma manifestação a favor dos direitos das mulheres.