Já se passaram dezoito anos desde que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain se tornou um imenso sucesso do cinema francês, quebrando recordes mundo afora e impulsionando a carreira do diretor Jean-Pierre Jeunet.
Desde então, várias propostas foram feitas ao cineasta para criar uma continuação ou uma série de televisão baseada na trama da garçonete sonhadora interpretada por Audrey Tautou. A resposta foi negativa:
"É uma má ideia", Jeunet afirma ao IndieWire. "Não seria a mesma atriz, teria aparência barata por causa do orçamento menor, e está muito difícil filmar em Paris agora porque a cidade inteira está em construção, e portanto muito feia. Então não, não pretendo fazer uma sequência nem uma série, apenas um falso documentário com todos os documentos reais da época".
O mockumentary, ou seja, documentário fictício, será apenas uma brincadeira de baixo orçamento, de acordo com Jeunet. "Vai ser algo despretensioso, muito engraçado e barato de fazer, espero". Ou seja, os fãs provavelmente não devem esperar algo com o refinamento e o impacto de Amélie em 2001. O projeto servirá como comemoração ao aniversário de 20 anos do lançamento.
Vale lembrar que o filme ganhou adaptação aos palcos da Broadway, mas fracassou com o público e fechou as portas dois meses após a estreia. "Foi um desastre", confessa Jeunet, que diz ter se arrependido de vender os direitos da trama. "Eu detesto musicais", admite.
O cineasta francês não anda em boa fase. Seus últimos filmes, Micmacs - Um Plano Complicado (2009) e Uma Viagem Extraordinária (2013) obtiveram resultados decepcionantes tanto nas bilheterias quanto com os críticos. "Tenho lutado para fazer um filme a cada quatro anos, porque o mundo está muito diferente agora. Meus filmes são estranhos, e esta não é uma boa época para filmes estranhos, porque todo mundo quer lucrar sem assumir riscos", conclui.