O processo de expulsão de Roman Polanski da Academia do Oscar não deixou o realizador franco-polonês, vencedor da estatueta de Melhor Direção por O Pianista em 2003, nada feliz. Prova disso é que o cineasta decidiu fazer valer sua ameaça e entrou formalmente com uma ação judicial contra a instituição, demandando sua imediata reintegração ao quadro de membros — pedido este, aliás, que a Academia já se negou a acatar ainda neste último feriado de Páscoa (via Deadline).
Polanski foi expulso, ao lado de Bill Cosby, na esteira do escândalo Harvey Weinstein, estopim das revelações sobre a cultura de abusos e crimes sexuais entranhada em Hollywood há décadas. O diretor europeu de filmes como O Bebê de Rosemary e Chinatown tornou-se, então, um dos primeiros nomes a ter sua associação cancelada pela Academia por ser um notório criminoso sexual, condenado nos Estados Unidos pelo estupro de uma menina de 13 anos, em 1978. Desde então, Polanski não pisa na América do Norte, tendo exilado-se na Europa com a proteção de suas cidadanias francesa e polonesa, que impedem sua extradição para os EUA, e a complacência da indústria cinematográfica.
No texto de seu processo, Polanski — que já foi acusado de abuso sexual em pelo menos outras três ocasiões — tenta argumentar que o procedimento de expulsão foi realizado de maneira incorreta pela Academia, que segundo o cineasta não teria bases para levar o desligamento a cabo. A instituição, por sua vez, rebateu a iniciativa do realizador: "As medidas tomadas para expulsar o Sr. Polanski foram justas e razoáveis. A Academia mantém sua decisão porque ela é apropriada". Resta aguardar o desenrolar do caso.