A 24ª edição do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade mal começou e, já no primeiro dia, apresentou um filme com grande potencial de levar o prêmio na Competição Internacional. Reconstruindo Utoya, de Carl Javér, foca nos rostos e nos desafios que quatro sobreviventes do atentado que matou 69 jovens na ilha de Utoya, na Noruega, tiveram de passar. O filme mostra os diferentes tipos de cicatrizes que eles levaram do fatídico dia que impactou o mundo.
Ao contrário do filme 22 de Julho, dirigido por Paul Greengrass e lançado diretamente na Netflix, o documentário não tem como intuito falar sobre as motivações do atirador, que permaneceu na ilha por aproximadamente uma hora e meia atacando os alunos do Partido Trabalhista Norueguês. A principal intenção aqui é dar voz àqueles que quase foram calados pelo assassino, mas que de formas diferentes conseguiram fugir. Com a ajuda de doze jovens que querem ajudá-los a tentar superar o medo de falar sobre a experiência, os sobreviventes dão detalhes de suas fugas para que o grupo atue e demonstre as emoções daquele momento de maneira fiel.
Por vezes, Reconstruindo Utoya se assemelha a uma ficção devido à ideia do diretor em filmar praticamente o tempo todo dentro de um galpão preto, apenas com fitas adesivas coladas no chão para ajudar a todos se situarem. As fitas representam certos pontos da ilha e os sobreviventes "dirigem" o grupo de atores para que possam ver pelo que eles mesmos passaram há seis anos.
Alguns sobreviventes conseguem dar mais detalhes que outros, da mesma forma que uns conseguem dar direcionamentos mais intensos aos jovens que atuam. É comovente ver a força que os alunos de Utoya têm para falar abertamente sobre o que sentiram em cada momento durante os atos violentos do atirador. Confira a crítica completa do documentário aqui.
Continue acompanhando diariamente as críticas do AdoroCinema sobre os documentários exibidos no 24ª É Tudo Verdade!