Intérprete de Hector Scaton em Westworld e prestes a estrear a série Reprisal no Hulu, Rodrigo Santoro já consolidou a carreira internacional falando inglês, mas acaba de experimentar um novo idioma em seu próximo trabalho no cinema: o russo.
Em O Tradutor, Santoro dá vida a Malin, professor da Universidade de Havana, em Cuba, que é escalado compulsoriamente para ser intérprete num hospital que recebia vítimas de Chernobyl para tratamento. A história, que se passa em 1989, é inspirada em fatos reais e demonstra ainda como instabilidades no cenário político e social podem interferir até nas esferas mais íntimas. O protagonista, aliás, faz alusão à experiência do pai dos diretores do longa, Rodrigo e Sebastián Barriuso.
Emocionalmente delicado, o projeto também representou um desafio a mais tanto para o protagonista quanto para os diretores, já que nenhum deles fala o idioma russo. Para Santoro, o trabalho de alguns meses aconteceu em camadas e contou com a ajuda de uma professora: "Tive que fazer um intensivo em cima do roteiro e decorar tudo porque, quando o outro ator respondesse, eu não saberia o que ele estava falando. Depois disso foi repetição, repetição e repetição", explicou. Para ele, o idioma não-nativo exige um "esforço a mais para se expressar".
Em entrevista exclusiva para o AdoroCinema, os diretores também contaram em que medida se aproximaram da história, que lhes é tão familiar. "A nós, como diretores, interessa um filme sobre alguém e não sobre algo. O filme é sobre o crescimento emocional de Malin e as adversidades que enfrenta", explicou Rodrigo. Para Sebastián, o trabalho foi também de "grande intuição" e exigiu que a equipe se cercasse de pessoas que viveram a época.
O Tradutor chega aos cinemas no dia 4 de abril e, segundo Sebastián Barriuso, trata-se de um retrato da realidade num "momento histórico muito específico". Considerando a polarização política não só no Brasil, mas na América Latina, ator e diretores esperam que o filme seja bem recebido: "A história está dentro de um contexto político, mas não é sobre política", finalizou Santoro.