Seguindo a tradição de exibir os sucessos ocidentais alguns meses depois de seus lançamentos ao redor do mundo, os cinemas da China receberam o filme Bohemian Rhapsody nesta última semana de março. No entanto, o longa veio "picotado" para esconder momentos homossexuais de sua narrativa.
De acordo com o New York Times, cerca de dois minutos foram retirados da versão que foi para as telonas, deixando parte do público um tanto insatisfeita com a decisão. Através de relatos feitos por chineses na Sina Weibo, uma das principais redes sociais da China, os espectadores não gostaram de "ter que adivinhar o contexto" de algumas cenas.
Apesar do recorte, a comunidade LGBT local reconhece a exibição do filme como vitória, uma vez que o governo chinês proibe qualquer menção à homossexualidade ou "comportamentos inapropriados" na TV, no cinema,ou na internet. Esperava-se que o longa estrelado por Rami Malek sequer fosse chegar no país.
Vale lembrar que um caso parecido aconteceu no ano de 2017, quando Alien: Covenant teve uma cena de Michael Fassbender censurada pelo mesmo motivo, envolvendo um beijo entre dois homens. Na época, o conteúdo violento também foi retirado, sob o argumento de que a prática ia contra todos os ideais da nação.
Em fevereiro, a emissora Mango TV foi criticada por censurar parte do discurso de Malek ao vencer o Oscar de Melhor Ator, devido a uma referência à homossexualidade. Em declaração oficial, a Mango explicou que "comportamento sexual anormal" não é permitido sob nenhuma menção.