Depois de 133 filmes exibidos, o Film Festival do SXSW 2019 acaba de chegar ao fim e em clima de muito terror! As últimas sessões principais ficaram por conta de A Maldição da Chorona, com produção de James Wan, e Cemitério Maldito, que traz uma nova leitura para a obra de Stephen King. Ambos já tem estreias marcadas no Brasil para abril e maio, respectivamente, e prometem agradar os fãs do gênero, cada um a sua maneira.
Ao subir no palco na noite do sábado (16), o diretor Dennis Widmyer chegou bem humorado: "E aí, fizemos o filme mais gostoso de assistir de 2019?". Kevin Kölsch, que também assina a direção, comemorou seu aniversário com um sonoro parabéns entoado pelos presentes e explicou como a produção buscou refrescar a história, já conhecida tanto pela obra literária quanto pela primeira adaptação cinematográfica, lançada em 1989:
"Crescemos assistindo o filme. A gente não conseguia esquecê-lo, queríamos homenagear, mas num determinado momento você se desconecta do livro e também do outro filme. Gostamos de ferrar com o público, então você acha que as coisas vão acontecer num lugar e aí de repente acontecem em outro".
O palco ficou lotado com a presença do produtor Lorenzo di Bonaventura e dos atores Jason Clarke e Amy Seimetz, que também participaram da sessão de perguntas e respostas. A intérprete de Rachel revelou que conheceu a história ainda criança: "Eu li o livro com apenas 8 anos e aí o primeiro filme saiu. Hoje sentimos que os dois filmes podem existir e respirar no mesmo espaço. Todos vamos morrer, então podemos refletir sobre isso pelo resto da vida", ponderou a atriz.
Já na sexta (15), o Paramount Theatre recebeu a estreia mundial de A Maldição da Chorona, cuja trama busca inspiração numa famosa lenda mexicana e até mesmo um curandeiro surgiu para abençoar a plateia antes do início do filme. Segundo o folclore popular, há 400 anos uma mulher teria sido traída e abandonada pelo marido, o que a leva a matar os próprios filhos e depois se suicidar, iniciando então uma busca por outras crianças vivas que possam substituí-los.
Ao lado do estreante diretor Michael Chaves, o produtor James Wan explicou de onde veio a ideia de levar a história para a tela grande:
"Por algum motivo, as pessoas adoram contar histórias de fantasma pra mim e essa da Llorona foi uma das primeiras que eu ouvi quando cheguei aqui. Sou muito fã de histórias de fantasma e também de vitos de vários países. Muitas culturas tem versões disso, na cultura chinensa temos também. Eu acho que ela não é necessariamente uma vilã do mal e por isso ela é tão interessante".
O responsável por todo o universo de Invocação do Mal ainda comentou sobre a passagem de bastão para Chaves, que vai assinar Invocação do Mal 3: "Eu senti que já tinha feito tudo o que podia no primeiro e no segundo filme. Sigo envolvido como produtor e garantindo que teremos um bom roteiro, mas agora o Michael, com sua nova voz, assume", explicou.
Para completar o clima arrepiante, o trio principal do elenco ainda teve a chance de compartilhar as estranhas histórias que envolveram as filmagens. "Eu cresci ouvindo as histórias da Chorona e ela é real. Um dia antes de começar a rodar, pedi forças para interpretar minha personagem e senti a presença dela. Fui até minha filha preocupada no meio da noite, caí e inclusive me machuquei. Ouvi o choro dela", contou a atriz Patricia Velasquez.
Enquanto a protagonista Linda Cardellini garantiu que foi a única que não chegou a sentir a presença da entidade, Raymond Cruz chegava ao trabalho pronto para o que der e vier: "Eu fui preparado, com pedras e amuletos para filtrar as energias. Eu tinha medo de contar essa história e coisas estranhas acontecerem no set; meu bracelete de pedras estourou numa das diárias... O bom de espalhar a cultura é que agora além de me assustar, ela vai assustar vocês também", concluiu bem humorado.
O Film Festival do South by Southwest acontece anualmente na cidade de Austin, no Texas, e a lista completa dos filmes vencedores de 2019 já foi divulgada; confira aqui.