Nesta sexta-feira, dia 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher, desde atrizes, diretoras, produtoras, montadoras, assistentes, a sétima arte é composta sim por nós: mas cadê elas?
A cara do cinema do cinema nacional ainda é muito masculina. De acordo com estudo feito pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE), a grande maioria dos trabalhadores de audiovisual são homens e brancos. Eles correspondem a 75,4% dos diretores e 59,9% dos roteiristas, enquanto as mulheres brancas correspondem a 19,7% de diretores e 16,2% de roteiristas.
Os diretores negros, homens e mulheres somados, chegam a míseros 2,1% na direção, 2,1% no roteiro e 2,1% na produção executiva. Nenhuma mulher negra dirigiu filmes lançados comercialmente em 2016.
O estudo ainda ressalta que, de acordo com o IBGE, 51,5% da população brasileira é composta por mulheres, ou seja, o mercado de cinema está muito longe de nos representar. Mas, aos poucos, nomes fortes fazem história lutando pela mudança deste cenário no país.
O AdoroCinema homenageia a data elencando 10 figuras femininas que estão em ascensão no cinema nacional e são uma das promessas de transformação da cara da nossa produção.
A diretora e roteirista brasileira é responsável pelo documentário Jonas e O Circo Sem Lona (nota máxima do AdoroCinema), que ganhou o TFI Latin America Media Arts Fund 2014, e dona da Plano 3 Filmes. Atualmente, Paula trabalha em mais um longa, nomeado Filho de Boi e, assim como o seu primeiro longa, filmado na Bahia.
Também atriz e diretora, Zakia tem uma extensa trajetória premiada como diretora de fotografia de diversos longas metragens nacionais. Sua estreia na direção de longas aconteceu com o filme Rio Cigano, co-produzido pela Superfilmes e Gato do Parque, produtora da qual é sócia fundadora. No ano passado, chegou às telonas com Como Fotografei os Yanomami, no qual atuou como diretora de fotografia.
Nascida em Recife, é sócia da Ponte Produções e produtora de cinema desde 2010. Atualmente, é diretora de produção da Janela Internacional de Cinema do Recife - um dos mais prestigiados festivais de cinema do Brasil. Trabalhou como produtora executiva de Aquarius, que esteve em competição na Seleção Oficial Cannes 2016. Recentemente, participou da produção de Camocim, filme vencedor do prêmio Encuentro Award, na edição de 2017 do Miami Film Festival.
A cineasta tem trabalhado com um cinema engajado e militante. Dirigiu Meu Corpo é Político, que levanta questões sobre a população trans no Brasil e suas disputas políticas. O longa de 2017 recebeu diversos prêmios: no festival de cinema LGBT de Torino, no Festival Internacional de Cinema de Curitiba, no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e no DocSP 2017. Sua mais recente estreia é o filme Eleições, dirigido por ela e em cartaz nos cinemas.
Autora de três curtas-metragens, a cineasta estreou na direção de um longa com Mate-Me Por Favor. A produção estreou na secção Horizontes na 72ª edição do Festival de Cinema de Veneza e recebeu a estatueta de Melhor Direção no Festival do Rio 2016.
A atriz e roteirista é a primeira mulher transexual com um filme lançado em circuito comercial, com seu trabalho em Lembro Mais dos Corvos, longa que estrelou e roteirizou em parceria com o diretor Gustavo Vinagre. Vale lembrar que um dos momentos mais emocionantes da Mostra de Tiradentes foi o anúncio de Julia Katharine como vencedora do troféu Helena Ignez.
A cineasta vem de uma família de artistas e militantes negros. Sua estreia em um longa-metragem aconteceu em 2017, com O Caso do Homem Errado, que conta a história de Júlio César de Melo Pinto, seu tio executado pela polícia em 1987, em Porto Alegre. O documentário participou do Festival de Gramado, do 9º Festival Internacional de Cine Latino, Uruguayo y Brasileiro, em Punta del Este e em Salvador.
Nascida em Guaxuma, no nordeste do Brasil, dirigiu alguns curtas-metragens, incluindo o premiado Guaxuma. A produção foi premiada no Anima Mundi e Festival de Gramado em 2018 e conta a delicada história de infância de Nara com uma amiga na região litoral do Alagoas. Sua narração em off e um excelente trabalho de animação tornam a obra particular e muito sensorial. Normande estará nas telonas em breve com o longa Sem Coração.
A roteirista e diretora tem seis curtas-metragens em seu currículo e trabalhou no roteiro do filme Quando Eu Era Vivo, de 2014. Em 2018, dirigiu seu primeiro longa, O Animal Cordial, com Luciana Paes e Murilo Benício, que fez estreia mundial em 2017 no 21º Fantasia International Film Festival no Canadá. Depois seguiu para Sitges (Espanha), L’Etrange (França), Razor Reel Flanders Film Festival (Bélgica). Com o filme, Gabriela levou o prêmio de melhor diretora no FantasPoa 2018 e, agora ela retorna aos cinemas em maio com A Sombra do Pai.
Produtora e diretora viu seu sonho se concretizar em 2017 ao dirigir o longa Baronesa, que teve sua primeira exibição na Mostra de Cinema de Tiradente e saiu vencedor como Melhor Filme Mostra Aurora e Prêmio Helena Ignez Destaque Feminino (Direção de Fotografia - Fernanda de Sena). Em seguida, passou por outros festivais e colecionou outros prêmios, como Melhor Destaque Feminino na Competição Internacional, Melhor Longa-Metragem pelo Juri Elviras e Prêmio Especial do Júri da Competição Nacional no 12º FEMINA - Festival Internacional de Cinema Feminino.