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    Green Book: Herdeiro de Don Shirley fala pela primeira vez sobre polêmica do filme

    Indicado ao Oscar, longa com Mahershala Ali tem a aprovação de um dos amigos do verdadeiro Don Shirley.

    Michael Kappeyne e John Scoulios conheceram Don Shirley muitos anos depois da história apresentada em Green Book - O Guia. Mas o pianista, falecido em 2013 aos 86 anos, foi o grande mentor nas vidas de ambos, que agora falaram pela primeira vez sobre a abordagem do filme dirigido por Peter Farrelly a respeito da amizade entre o músico e Tony Lip.

    Herdeiro de toda a fortuna de Shirley, avaliada entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão, Kappeyne o conheceu por acaso quando se mudou para Nova York em 1995. Ele é um consultor financeiro que ficou encantado com a primeira performance do pianista a que assistiu, e a partir daí nasceu uma amizade movida a aulas de piano semanais.

    Enquanto a família de Shirley denuncia a versão hollywoodiana da história como ofensiva e incorreta, Kappeyne e Scoulios são mais condescendentes:

    "Quando assisti, olhei para o filme e fui identificando o que estava correto e o que era falso, o que era algo que Doc faria ou diria", apontou Scoulios. "Eu conhecia o cara. Mas o filme é Hollywood e roteiristas adicionam seus privilégios, digamos."

    Kappeyne dá ainda mais apoio:

    "É incrível", disse (via The Hollywood Reporter) a respeito da performance de Mahershala Ali. "O Dr. Shirley era uma figura muito complicada. A solidão, a arrogância — era basicamente ele lá na tela. Ele teria ficado muito satisfeito com a interpretação de Ali."

    Protagonizado por Viggo Mortensen, Green Book acompanha um dos maiores fanfarrões de Nova York, que precisa de trabalho após sua discoteca, o Copacabana, fechar as portas. Ele conhece o Dr. Don Shirley, e começa a trabalhar para ele como motorista em uma turnê pelo sul segregacionista. Enquanto os dois se chocam no início, um vínculo finalmente cresce à medida que a viagem se desenrola.

    A maior parte da polêmica do filme gira em torno do grande envolvimento de familiares de Tony Vallelonga e a total ausência dos descendentes de coprotagonista. O filho de Tony Lip, Nick, é um dos roteiristas e produtores do filme, e mergulhou a obra em mais polêmicas após declarações controversas e problemáticas.

    A respeito de uma das cenas mais discutidas do filme, em que Tony ensina o pianista a comer frango frito, Kappeyne comenta: "É claro que o Dr. Shirley comia. Mas ele não iria ceder ao estereótipo na frente de Tony."

    Ainda assim, ambos se surpreenderam com a cena em que Shirley é preso após a cena de sexo. Ambos dizem que jamais suspeitaram de que ele pudesse ser gay: "Ele era um homem muito privado em vários aspectos", finaliza Kappeyne.

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