Apresentando seu Marighella para o público do Festival de Berlim, Wagner Moura levou uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco para o tapete vermelho da sessão de gala nesta sexta-feira (15).
O estreante diretor passou pelo tapete vermelho acompanhado do elenco do seu filme, que inclui Seu Jorge no papel principal, e do diretor do Festival, Dieter Kosslick. Moura carregou consigo uma placa com o nome de Marielle, assassinada a tiros no Rio de Janeiro em março de 2018, junto ao motorista Anderson Gomes. Quase um ano depois, o caso segue sem solução, apesar das investigações apontarem o envolvimento de milícias.
Segundo informações do UOL, o grupo de brasileiros entoou o coro de "Marielle Presente!", e houve até mesmo gritos de "Lula Livre" antes do início da sessão.
Baseado no livro "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo", de Mário Magalhães, o longa conta a história do deputado e guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado durante a ditadura militar brasileira em 1969. Bruno Gagliasso, Adriana Esteves, Luiz Carlos Vasconcelos, Herson Capri e Humberto Carrão completam o elenco.
Segundo a crítica do AdoroCinema, "Marighella adapta o gênero policial ao gosto da malandragem brasileira, criando, através de planos próximos no rosto expressivo de Seu Jorge, o retrato de um símbolo cujo valor transcende sua experiência individual para se tornar exemplo aos demais. Neste sentido, é louvável que o roteiro não o mostre como porta-voz único: Carlos Marighella constitui um entre uma dezena de personagens muito importantes na trama, e nem sempre toma as principais decisões, a exemplo do plano para sequestrar o embaixador norte-americano. O protagonista chega a desaparecer durante longos minutos enquanto o ponto de vista salta para a liderança de Branco (Luiz Carlos Vasconcelos), a investigação de Lúcio (Bruno Gagliasso), a vida do filho na Bahia ou as pressões exercidas pelo militar americano (Charles Paraventi)."
Festival de Berlim 2019: Wagner Moura apresenta o radical Marighella, retrato do guerrilheiro que enfrentou a ditaduraA placa de rua com o nome de Marielle Franco tornou-se um símbolo de resistência em nome da vereadora após a mesma ter sido destruída por Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, respectivamente deputados federal e estadual do Rio de Janeiro pelo PSL. Logo após o ato, centenas de placas semelhantes foram feitas e distribuídas a fim de que o crime seja lembrado.
Leia aqui a crítica do AdoroCinema para Marighella.