O dia 14 de fevereiro trouxe um dos filmes mais aguardados pela imprensa nacional no 69º Festival Internacional de Cinema de Berlim: Marighella, único representante brasileiro na Mostra Competitiva - ainda que fora da disputa pelo Urso de Ouro.
Seu Jorge interpreta Carlos Marighella, guerrilheiro comunista que partiu para a luta armada contra os militares durante a ditadura, até ser assassinado numa emboscada. Bruno Gagliasso interpreta seu principal opositor dentro das forças do governo, e Adriana Esteves vive a esposa do protagonista. Luiz Carlos Vasconcelos, Herson Capri e Humberto Carrão completam o grande elenco.
A imprensa ainda está embargada para a publicação de críticas e opiniões sobre o filme, mas podemos garantir que a obra é radical, e enfia o dedo nas feridas históricas nacionais sem meios termos. A primeira sessão para os críticos estava lotada, e aplausos tomaram o cinema ao final da sessão.
No dia 15 de fevereiro, o diretor Wagner Moura e sua equipe conversarão com a imprensa sobre o projeto. Você descobre no AdoroCinema, ainda amanhã, a nossa crítica e o resultado dessa conversa.
Além de Marighella, a Mostra Competitiva terminou em alto nível com um ótimo concorrente ao Urso de Ouro, o chinês So Long My Son, de Wang Xiaoshuai. O drama de três horas de duração acompanha a ruína de um casal após a morte do filho pequeno. A história segue todas as tentativas de Liyun e Yaojun para superar o trauma, sem sucesso.
O filme toma o tempo de construir as relações humanas entre uma dúzia de personagens, sem melodrama excessivo, mas também sem se arrastar - a história é tão complexa que realmente necessita sua longa duração. O terço final, em particular, é tão comovente que justificaria a recompensa com algum dos prêmios principais.
Terminada a exibição dos filmes concorrentes, fica a nossa torcida para os belos A Tale of Three Sisters, Ghost Town Anthology, So Long, My Son, Öndög e Synonyms serem reconhecidos pelo júri.