Quando o assunto é bilheteria, normalmente trata-se de descobrir o filme mais visto do ano, ou talvez o mais lucrativo. Mas, ocasionalmente, certas ocorrências inesperadas revertem a atenção para o fundo da tabela, para o longa que atraiu a menor quantidade de espectadores. E no último fim de semana, este foi o caso de Estação do Diabo, musical de quase 4 horas de duração do filipino Lav Diaz (A Mulher que se Foi) que vendeu apenas 15 tíquetes em seus três primeiros dias de exibição (via Filme B).
É evidente que existem alguns poréns que aliviam o impacto da informação, como o fato de que a longa minutagem do projeto — descrito como um "anti-musical" e uma "opera rock" sobre a ditadura instaurada no país asiático no fim da década de 1970 — só permite algumas sessões do drama por dia e de que poucas cópias do mesmo entraram em circuito nacional. De todo modo, este é definitivamente um caso peculiar, particularmente por se tratar um diretor de renome, internacionalmente aclamado e premiado por suas extensas e desafiadoras obras — algumas chegam a ultrapassar as 12 horas de projeção.
Apontado como sendo mais uma experiência cinematográfica do que uma narrativa pela crítica 3 estrelas do AdoroCinema, Estação do Diabo segue em cartaz no Brasil.