Seguindo a recente contratação de John Lasseter como chefe de animação da Skydance, a presidente da Paramount Animation, Mireille Soria, anunciou que encerraria colaborações com a empresa.
A produtora Skydance possui um contrato de marketing e distribuição com a Paramount, entretanto seu setor de animação, a Skydance Animation, não tinha uma parceria formal com a Paramount Animation. Porém, para um de seus primeiros projetos, a comédia animada Luck, o time criativo vinha pedindo conselhos para Mireille Soria e seus colegas.
Em uma reunião com sua equipe realizada na segunda-feira (14), Soria falou honestamente sobre como se sentia em relação à contratação de Lasseter, declarando ter ficado chocada e furiosa, e anunciou que não ajudaria mais com Luck.
Diretor de filmes como Toy Story, Carros e Vida de Inseto, John Lasseter anunciou sua saída da posição de diretor criativo da Pixar e da Walt Disney Studios Animation no final de 2017, em um memorando que prometia enfrentar erros não especificados por ele. Todavia, em uma matéria publicada pelo Hollywood Reporter pouco tempo depois de seu afastamento, depoimentos de empregados da Pixar afirmam que o influente animador era conhecido por acariciar, beijar e sussurrar no ouvido de colegas de trabalho.
A contratação de Lasseter pela Skydance causou choque e foi muito criticada entre membros da indústria. O movimento Time's Up, formado por mulheres de Hollywood e ativistas que lutam pela igualdade de gênero e o fim do assédio no local de trabalho, reagiu em uma nota que declara: "A decisão da Skydance Media de contratar John Lasseter como chefe de animação aprova e perpetua um sistema quebrado que permite que homens poderosos ajam sem consequência. Em um momento em que deveríamos elevar as muitas vozes talentosas que são sub-representadas constantemente, a Skydance Media dá outra posição de poder, proeminência e privilégio a um homem que foi acusado de assédio sexual em local de trabalho repetidas vezes."
Mireille Soria prometeu manter a Paramount Animation um local de trabalho seguro e enfatizou que, caso Lasseter peça a opinião da sua equipe no futuro, ninguém deve se sentir obrigado a trabalhar com ele.