Tem filme novo do Homem-Aranha nos cinemas, mas bem diferente do que você está acostumado a ver. E não é só por ser em animação, mas por trazer não apenas um, mas vários heróis aracnídeos. É isso mesmo que você acabou de ler.
A origem de Homem-Aranha no Aranhaverso vem do popular arco dos quadrinhos chamado... Aranhaverso! Nele, o roteirista Dan Slott brinca com os mais de 60 anos do personagem, já retratado das mais diversas formas não apenas nas HQs, mas também em animações. A ideia era ao mesmo tempo prestar homenagem à criatividade de todos aqueles que trabalharam com o Cabeça de Teia - mesmo em suas versões mais bizarras - e, ao mesmo tempo, uni-los em uma grande aventura que explorasse especialmente uma vertente bem popular do herói aracnídeo: Miles Morales.
Mas antes de entrar na história do garoto negro que se tornou Homem-Aranha, retornemos ao conceito básico da criação do Aranhaverso. Com base em uma ideia estabelecida por J. Michael Straczynski, roteirista das HQs do Aranha por mais de uma década, Slott explorou a ideia de que todos os heróis e vilões quem têm animais como a representação de seus poderes possuem um totem, relacionado a este animal. Desta forma, toda dimensão teria seu representante deste mesmo totem, cada um com características próprias do universo em que vive.
A reunião dos vários Homens-Aranha tem então início com o surgimento de Morlun, um vampiro cósmico que salta de dimensão em dimensão para se alimentar da energia totêmica deles, matando-os um a um. Nas HQs, quem inicia esta jornada é o Homem-Aranha Superior, também conhecido como a versão onde o Dr. Octopus assumiu o corpo de Peter Parker - é uma longa história... No cinema, tal posto cabe a Miles Morales.
Criado para o universo Ultimate da Marvel, onde os heróis da Casa de Ideias eram reimaginados com variações em sua história, Miles ascendeu como Homem-Aranha após Peter Parker ser morto, em sua derradeira batalha contra o Duende Verde. Logo fez imenso sucesso, não só por sua origem e características mas, também, por retomar o espírito juvenil do herói, há muito deixado de lado na fase adulta de Peter Parker. A união de ambos, tendo como gancho a proposta do Aranhaverso, foi a grande sacada dos roteiristas Phil Lord e Rodney Rothman - o que também veio a calhar com a vontade da Sony em explorar o Cabeça de Teia de outras formas nas telonas, além de sua persona via Tom Holland no Universo Cinematográfico Marvel.
Assim surgiu Homem-Aranha no Aranhaverso, que desfila no cinema do icônico Porco-Aranha - apresentado pela primeira vez através de uma hilária paródia feita em Os Simpsons - O Filme - até o Homem-Aranha Noir, cuja dublagem na versão original cabe ao fã de quadrinhos Nicolas Cage. Tem ainda a versão inspirada em anime, a de 2099 e, é claro, Spider-Gwen, vinda da dimensão onde Peter Parker não é picado pela aranha radioativa, mas sim sua paixonite adolescente Gwen Stacy.
Nos quadrinhos, o Aranhaverso chegou ao fim após a unificação de todas as dimensões existentes na Marvel a partir da saga Guerras Secretas, o que fez com que Peter Parker e Miles Morales passassem a coexistir na mesma realidade, assim como vários dos heróis que fizeram (bastante) sucesso no período. No cinema, ainda não há confirmação de uma sequência para Homem-Aranha no Aranhaverso, mas pelo sucesso, de público e de crítica, soa como mera questão de tempo. Confira nossa crítica do filme!
