Sair do conforto do lar, pagar o preço do ingresso, comprar pipocas e ver um filme nas telonas? Em 2019, isso deve ser tornar menos comum. De acordo com um estudo da Ampere Analysis, uma empresa dedicada a analisar os aspectos econômicos dos novos modelos de distribuição televisivos, os consumidores contemporâneos estão mais interessados na experiência doméstica, uma vez que o faturamento das plataformas de streaming deve ser pelo menos 15% maior do que os dos cinemas no ano que vem (via The Hollywood Reporter).
Caso a previsão se concretize, será a primeira vez em que a receita das bilheterias perderá para os lucros obtidos pelas gigantes do segmento on demand, capitaneadas pela massiva Netflix — em dados mais concretos, as empresas do streaming devem faturar por volta de US$ 46 bilhões, enquanto os cinemas ficariam com US$ 40 bilhões, segundo as estimativas. O cenário, ainda que hipotético no momento, é bastante provável se levarmos em consideração o contexto estadunidense; nas terras governadas por Donald Trump, as plataformas de streaming superaram as bilheterias em 2017.
Um dos muitos motivos para a nova predominância da Netflix e de suas concorrentes no âmbito audiovisual global é bastante simples: o valor cada vez mais alto dos ingressos. Em muitos mercados, incluindo grandes players como Reino Unido e Alemanha, o preço médio dos bilhetes é maior que o custo da assinatura. Logo, a pergunta é evidente: por que pagar mais por apenas um conteúdo se é possível economizar e ter uma variedade de opções ao apertar de um botão? Em alguns países é fato que os consumidores de streaming também são cinéfilos fiéis, como os japoneses, mas não é assim na grande maioria dos países.