O ano é 1969, os hippies estão em voga com seus ideais de amor livre e paz mundial, Los Angeles está mais ensolarada do que nunca e o psicopata Charles Manson e sua brutal gangue estão prestes a entrar para a História com uma série de assassinatos e execuções sanguinolentas e infernais. Conhecemos a versão oficial — por isso, agora é hora de Quentin Tarantino trazer sua própria interpretação dos fatos em Once Upon a Time In Hollywood.
Nono filme do icônico realizador e segundo trabalho de "revisionismo histórico" de sua carreira após Bastardos Inglórios, o vindouro longa é um dos projetos mais aguardados de 2019. Não só por trazer uma espécie de releitura para os atos horrendos de uma das figuras mais odiadas da segunda metade do século XX, mas também pela quantidade de astros já envolvidos em uma narrativa que o próprio Tarantino promete se assemelhar à de Pulp Fiction, sua obra-prima.
Focando em diversas searas e tramas, Era uma Vez em... Hollywood terá seus Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) em Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e Cliff Booth (Brad Pitt), um ator falido de faroestes televisivos e seu dublê nas cenas de ação, respectivamente. Como o protagonista não conseguiu fazer a transição para o cinema, ele e Booth formam um bromance icônico e contemplam embarcar em uma viagem para a Itália em busca de emprego, durante o auge dos spaghetti westerns — um dos clássicos dos canastríssimos e violentos faroestes europeus, Era uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, uma das principais influências de Tarantino, é uma inspiração direta para o título de Era uma Vez em... Hollywood.
Navegando o complicado cenário da Hollywood do início dos anos 1970 neste faroeste urbano do cineasta de Django Livre, os dois estarão indiretamente ligados à Manson — que assume um papel parecido ao de Adolf Hitler em Bastardos Inglórios —, criando um dos muitos pontos de contato entre ficção e realidade. Na trama, Dalton, nascido da mente de Tarantino, é vizinho de porta da mais trágica vítima do serial killer: a atriz Sharon Tate, morta pelo assassino quando estava grávida do realizador polonês Roman Polanski e vivida por Margot Robbie no longa — confira a estrela caracterizada como Tate abaixo:
Para adentrar um território tão delicado, que diz respeito a um trauma público e ainda envolve nomes significantes da vida real como Steve McQueen (Damian Lewis), Bruce Lee (Mike Moh) e Polanski (Rafal Zawierucha), Tarantino reuniu seus colaboradores de longa data, como de costume. Além de Pitt e DiCaprio — que trabalharão juntos pela primeira vez e foram chamados de “a melhor dupla desde Robert Redford e Paul Newman” pelo diretor —, Tim Roth, Kurt Russell e Michael Madsen também estão de volta. Bruce Dern, por sua vez, é George Spahn, o homem cujo rancho alugado facilita a organização da Família Manson e papel que caberia a Burt Reynolds antes de seu falecimento.
Dentre os novatos no cinema de Tarantino, a maior estrela não é Robbie; é, na verdade, o veterano e consagrado Al Pacino, o intérprete de Marvin Schwarz, agente de Dalton e Booth e um papel fictício. E o elenco, aliás, não para por aí: James Marsden, Timothy Olyphant, Lena Dunham, Scoot McNairy, Brenda Vaccaro e Clifton Collins Jr. também fazem parte do cast, enquanto Dakota Fanning e Emile Hirsch são Squeaky Fromme e o cabeleireiro Jay Sebring, seguidora e vítima de Manson, respectivamente. Por último, mas não menos importante, resta o próprio assassino, controverso papel que cabe a Damon Herriman.
"Era essa a cara da Sunset Blv hoje na frente do The Cinerama Dome! Completamente transformada de volta para 1969, aposto para que o novo filme de Tarantino"
O épico chega aos cinemas brasileiros em 15 de agosto e é imperdível para quem ama o cinema feito por Tarantino, repleto de estrelas, referências e sempre com uma boa dose de violência.
