Faleceu na manhã desta segunda, em decorrência do câncer, o diretor Bernardo Bertolucci. Ícone do cinema italiano, ele ganhou dois Oscar por seu maior sucesso, O Último Imperador, nas categorias de melhor filme e melhor roteiro adaptado.
Nascido em Parma, Bertolucci iniciou sua carreira no cinema como assistente de Pier Paolo Pasolini em Accatone - Desajuste Social (1961). Já no ano seguinte debutava na cadeira de diretor com A Morte, roteirizado pelo próprio Pasolini. A partir de então foram mais 18 longa-metragens, que o levaram ao reconhecimento mundial.
Com O Conformista (1970), Bertolucci recebeu sua primeira indicação ao Oscar, na categoria de melhor roteiro adaptado, além de ser nomeado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro. Dois anos depois faria seu mais polêmico filme, Último Tango em Paris, pelo qual admitiu ter conspirado com Marlon Brando para humilhar a atriz Maria Schneider ao rodar a famosa cena da manteiga, em busca de uma "reação mais autêntica". O caso veio a público décadas após o lançamento do filme, através de uma polêmica entrevista concedida em 2013.
Entretanto, a consagração de Bertolucci veio mesmo em 1987, com O Último Imperador, vencedor de todos os nove Oscar aos quais havia sido nomeado. Desde então o diretor rodou filmes como O Pequeno Buda, Beleza Roubada, Assédio e Os Sonhadores, sem a mesma repercussão.
Ganhador do Leão de Ouro honorário, concedido pelo Festival de Veneza em 2007, e da Palma de Ouro honorária, dada pelo Festival de Cannes em 2011, Bertolucci foi reverenciado ainda em vida como um dos grandes diretores da sétima arte. Seu último filme foi Eu e Você, lançado em 2012, quando já enfrentava problemas de hérnia de disco.