O adolescente Marcos (Walter Rodríguez) sofre bullying por sua homossexualidade desde criança. Filho de caseiros numa fazenda do interior da Argentina, ele aguenta a provocação dos garotos da região, as agressões constantes, além da hostilidade da família. Um dia, durante o Carnaval, decide se vestir de mulher, e os abusos se tornam ainda graves. Revoltado, ele planeja uma vingança contra seus algozes.
Esta é a história real de Marilyn, drama dirigido por Martín Rodríguez Redondo, e exibido nos cinemas brasileiros durante o 26º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade. O filme surpreende pela maneira crua, nada sentimental, de retratar o episódio. Felizmente, o cineasta toma a precaução de não apoiar a atitude violenta do protagonista, apesar de entender o sofrimento pelo que passou.
Selecionado no festival de Berlim e premiado nos festivais LGBT de Lisboa e Tel Aviv, Marilyn chocou o público e gerou discussões calorosas nos corredores do Mix Brasil até agora: seria o garoto um monstro? Uma vítima?
De acordo com a nossa crítica, "Marilyn não legitima nem defende a violência, retratando-a como saída encontrada por uma pessoa incapaz de lidar com seus problemas de outro modo. Em outras palavras, a agressão torna-se consequência da ignorância - de si e do mundo -, da incapacidade de falar sobre o que não pode ser dito".
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