Destaque de filmes como Superbad, Anjos da Lei e O Lobo de Wall Street, Jonah Hill decidiu ir além da comédia que o consagrou como ator para sua estreia como diretor. Sua performance na recém-lançada série Maniac da Netflix já apontava uma virada e seu primeiro filme, Mid90s, consolida que podemos esperar muito mais que risos fáceis da nova fase como contador suas próprias histórias.
A década de 90 e a ensolarada cidade de Los Angeles formam o ambiente escolhido por Hill para contar uma história de aprendizados e amadurecimento — o bom e velho coming of age. Nascido e criado na cidade, o diretor e roteirista parte de experiências familiares para criar um grupo de skatistas que fala sobre tudo. "Esse filme acontece nos anos 90 porque hoje em dia ninguém fica jogando conversa fora, está todo mundo olhando para o celular", comentou ele após a sessão no Fantastic Fest 2018.
Em Mid90s, acompanhamos um capítulo da adolescência de Stevie (Sunny Suljic), que aos 13 anos tenta se encontrar ao mesmo tempo em que se identifica cada vez menos com a própria família. Durante as férias, ele se apaixona pela prática do skate e faz novas amizades que nem sempre o colocam em bons lençóis. No casting, Hill mistura atores e não-atores para um resultado visceral, especialmente no que diz respeito à turma jovem, que conta com os skatistas Olan Prenatt e Na-Kel Smith.
Espécie de Lady Bird "de menino", Mid90s também não tem medo de falar de temas caros à adolescência, desde o sexo e crises com a família até problemas causados pela liberade excessiva — ou a falta dela. Na produção está a mesma dupla que lançou o filme de Greta Gerwig, Scott Rudin e Eli Bush, e o longa tem estreia prometida para o dia 16 de outubro nos Estados Unidos. Ainda não há data de estreia no Brasil.
Confira nossa entrevista com Jonah Hill e seus pupilos de Mid90s durante o Fantastic Fest 2018!
Você tem uma grande experiência na comédia como ator. Como foi explorar novos territórios como diretor?
Jonah Hill: Durante toda a minha vida eu quis ser um roteirista e diretor. Já fiz muitos filmes e “frequentei” uma faculdade de cinema incrível nos últimos 15 anos, seja com Martin Scorsese, Irmãos Coen, Quentin Tarantino ou Gus Van Sant. Eu tive os melhores professores e senti que estava finalmente pronto para contar minhas próprias histórias.
Eu imagino que esse seja um projeto bem pessoal, ele tem alguma semelhança com a sua própria adolescência?
Jonah: É uma história que eu escrevi, não é uma cinebiografia ou algo assim, mas muitos dos sentimentos de crescer são pessoais.
Sunny, como foi ser dirigido pelo Jonah Hill?
Sunny Suljic: Trabalhar com o Jonah é incrível. Ele é um dos atores mais talentosos por aí, então dirigir não é uma tarefa estranha para ele, ele sabe muito bem o que quer. Ele atua há mais tempo do que eu estou vivo [risos] então ele tem muita experiência e realmente consegue nos explicar o que passou e o que podemos aprender disso. Ele nos dirigiu muito bem.
Todos vocês atores são super jovens. O que mais gostaram nesse mergulho nos anos 90?
Olan Prenatt: A música. A música era muito boa. O Jonah nos deu iPods com o que nossos personagens ouviriam para termos uma perspectiva de quem eles eram. Foi muito divertido ficar ouvindo músicas dos anos 90 por todo o verão.
Vocês andam muito de skate no filme, aconteceu algum “acidente” durante a gravação?
Ryder McLaughin: O Jonah Hill mandou um kickflip! (risos)
Sunny: As pessoas acham que o Jonah não anda muito de skate, mas ele fez um kickflip! Andar de skate nos anos 90 era diferente, os skates em si eram diferentes, os sapatos eram maiores, as roupas, tudo... Então naquela época era mais simples, hoje em dia é bem mais técnico, mas felizmente ninguém se machucou no processo.
E Jonah, você pensa em dirigir a Emma Stone, que é sua amiga e parceira em tantos projetos, no futuro?
Jonah: Sim, nós até já falamos sobre isso! Eu adoraria dirigí-la, ela é minha atriz favorita, só atrás da minha irmã Beanie [Feldstein].