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    Oscar 2019: Conheça os favoritos ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro

    Que comece a Copa do Mundo do cinema!

    BÉLGICA

    Girl, drama naturalista sobre uma jovem trans e os desafios que precisa enfrentar, mesmo inserida em um contexto de compreensão, é o filme de estreia do diretor e roteirista belga Lukas Dhont. E há forma melhor de começar a carreira do que conquistando aplausos de pé e quatro prêmios no Festival de Cannes, incluindo o prestigiado troféu Câmera de Ouro, entregue ao melhor primeiro filme de um realizador?

    É bem provável que não - e é este histórico que credencia Girl, que será exibido pela Netflix em alguns países, como um forte competidor ao prêmio em questão. Outro ponto a favor do longa de estreia de Dhont é o bom retrospecto belga na cerimônia da Academia: 7 produções do país já chegaram à disputa final pelo troféu de Melhor Filme Estrangeiro anteriormente. Assim, por mais que não seja um dos mais cotados, Girl - leia a crítica 4 estrelas do AdoroCinema - pode surpreender. Vale ressaltar, por fim, que a polêmica em torno da escalação de um ator cis para o papel de um personagem trans pode, mas não deve, afetar as oportunidades da obra na noite de gala da Academia do Oscar.

    DINAMARCA

    Atingir o índice máximo no agregador de críticas Rotten Tomatoes é sinal de uma coisa: o filme em questão agrada tanto aos gregos, quanto aos troianos. E este parece ser o caso de The Guilty, suspense dinamarquês escrito e dirigido po Gustav Möller, outro estreante desta lista. Completamente claustrofóbico por confinar seu protagonista (Jakob Cedergren), um oficial da polícia encarregado de atender as chamadas do 190 local, a um único espaço, o drama nórdico foi muito elogiado no Festival de Sundance.

    A questão histórica também pode ser uma aliada de The Guilty, uma vez que a Dinamarca é tricampeã do "torneio" do Melhor Filme Estrangeiro: A Festa de BabettePelle, o ConquistadorEm um Mundo Melhor precedem The Guilty. Apesar da constante imprevisibilidade da categoria, sempre é preciso levar em conta que a tradição é muito respeitada pelos acadêmicos.

    ITÁLIA

    Matteo Garrone volta a representar a mais poderosa e vitoriosa das nações quando se trata de Oscar, 10 anos após seu violento Gomorra ser escolhido como candidato italiano à honraria. Consagrado mundialmente, o realizador romano é dono de um cinema de pura violência - como a crítica positiva do AdoroCinema define o mais novo trabalho de Garrone, o drama criminal Dogman - e é a esperança italiana para trazer o 15º caneco para a Cidade Eterna.

    Alguns elementos definitivamente jogam contra o longa: a violência exacerbada pode afastar alguns votantes, assim como a narrativa peculiar sobre a jornada de vinganca empreendida por um aparentemente pacato funcionário de um pet shop. Por outro lado, a impecável, sutil e intensa performance de Marcello Fonte - que lhe rendeu o troféu de Melhor Ator em Cannes - demonstra que Dogman tem fôlego para atingir a lista final. Neste caso, o pior erro da concorrência seria subestimar as produções da pátria de realizadores vencedores do troféu como Federico Fellini e Paolo Sorrentino.

    LÍBANO

    Caso o realista drama de personagens Capharnaüm, de Nadine Labaki, chegue ao Oscar, a vitória será dupla. Para além de laurear o trabalho da realizadora árabe, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes, uma hipotética nomeação ainda representaria uma conquista muito forte para o Líbano, que disputou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano passado com O Insulto.

    Os triunfos materiais, aliás, não são os únicos pontos fortes da candidatura de Capharnaüm. Com distribuição garantida nos Estados Unidos pela Sony Pictures Classics, uma forte divisão do estúdio hollywoodiano que tem ampla expertise em lidar com produtos estrangeiros, o longa de Labaki ainda tem o apoio da imprensa internacional ao seu lado - ao lado de Em Chamas, Capharnaüm era um dos grandes cotados à Palma de Ouro. E se tudo o mais der errado, é impossível descartar a força emocional da obra, como aponta a crítica positiva do AdoroCinema.

    REINO UNIDO

    A delegação britânica que pretende representar a Rainha no Oscar 2019 é interessante por vários motivos. Primeiro porque como a língua oficial de todos os quatro Estados integrantes do Reino Unido é o inglês, os filmes escolhidos pelas comissões londrinas sempre precisam ter outro idioma como base - afinal de contas, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro é, oficialmente, um prêmio para o Melhor Filme cuja língua principal não é o inglês -; e segundo porque o eleito pelos britânicos foi um drama sobre bruxarias.

    Ou, para explicar a situação, sobre supostas bruxarias: é em torno de uma acusação do tipo que gira Eu Não Sou uma Feiticeira, longa majoritariamente falado em nianji, idioma nativo de países como Malawi, Moçambique, Zâmbia e Zimbábue. Curiosidades à parte, o filme de estreia de Rungano Nyoni tem chances sólidas de alcançar uma das cinco vagas finais porque vem trilhando uma estrada de sucesso por onde passa. De Cannes ao BAFTA, o "Oscar britânico", ou Eu Não Sou uma Feiticeira saiu premiado, ou saiu aclamado. Das duas, uma.

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