Desde 1995 no alto escalão de diretores executivos e há dois anos no comando da CBS, emissora responsável por populares séries como The Big Bang Theory e NCIS, Les Moonves foi obrigado a se afastar da presidência do canal. Alvo de uma investigação conduzida pela própria emissora, o empresário foi acusado de assédio sexual em múltiplas ocasiões e pode ser demitido por justa causa; Moonves mantém sua inocência frente às denúncias (via Deadline).
A consultoria jurídica contrada pela rede televisiva deve dar seu parecer dentro dos próximos 30 dias. Caso as denúncias contra Moonves sejam provadas, o executivo perderá o direito à indenização de US$ 120 milhões prevista em seu contrato. Atualmente, ele já perdeu US$ 20 milhões dos quais tinha direito, deduzidos da CBS de sua verba indenizatória e transferidos pela emissora para organizações que apoiam o movimento #MeToo, surgido na esteira do empoderamento das vítimas de abusos sexuais cometidos em Hollywood após a revelação dos crimes cometidos pelo ex-produtor Harvey Weinstein.
A saída de Moonves - que foi prontamente substituído na CBS por Joe Ianiello, novo CEO interino da companhia que já prometeu fomentar um ambiente de trabalho mais seguro e respeitoso - era dada como certa há algum tempo. O afastamento, no entanto, foi acelerado quando as pressões externas aumentaram com a publicação de um artigo de Ronan Farrow, filho de Woody Allen e escritor que ajudou a desmascarar Weinstein e o lado mais sórdido da indústria cinematográfica, no New York Times.
O caso Moonves também contribuiu para que acusações de outros chefões da emissora entrassem em foco. A investigação sobre a conduta dos diretores da CBS pode, portanto, ser ampliada após a conclusão do inquérito aberto contra o ex-presidente do canal.