Brie Larson vive a heroína mais poderosa do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês), uma figura que deve ser crucial na luta contra Thanos, o Titã Louco, em Vingadores 4. Entretanto, toda a potência de seus poderes não definem a Capitã Marvel, que, segundo a atriz, é uma figura cheia de "falhas" e marcada pela ambiguidade entre seu lado Kree e seu lado humano.
No filme dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, Carol Danvers será apresentada no MCU pela primeira vez. Ambientado na década de 1990, o filme mostra como Danvers, uma piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, ganhou poderes inestimáveis ao entrar em contato com uma raça alienígena.
"Você tem essa parte Kree dela que não tem emoções, que fazem dela uma incrível guerreira e competidora. Então há também a parte humana dela que é falha, mas que acaba sendo o lado que a guia", comentou Larson em entrevista para a revista Entertainment Weekly, que recentemente divulgou as primeiras imagens oficiais de Capitã Marvel. Para a atriz, o lado humano da heroína "é o que faz ela se meter em problemas, mas também é o que a faz grandiosa". Ela também definiu essa ambiguidade como "dois lados em guerra".
Capitã Marvel: Brie Larson, Samuel L. Jackson e Jude Law aparecem nas primeiras imagens do filmeDe acordo com a EW, Danvers será apresentada como uma pessoa impulsiva, agressiva e sempre pronta para ir à batalha e indisposta a seguir todas as regras que lhe impõem. Para Larson, é importante que tais características estejam relacionadas a uma personagem feminina, o que ajuda a quebrar estereótipos. "Ver uma personagem que fala o que pensa e não deixa as pessoas atrapalharem o seu caminho é incrívelmente empoderador", conta.
Larson também contou que se preprarou para a personagem lendo intensivamente os quadrinhos dedicados à heroína, especialmente as HQs assinadas por Kelly Sue DeConnick, que mostram Carol efetivamente assumindo o posto de Capitã Marvel. Em termos físicos, Larson enfrentou um forte treinamento físico para viver a heroína mais forte do MCU. A atriz malhou por nove meses antes das filmagens começarem e aprendeu judô, boxe e wrestling. Sua playlist de academia incluia artistas de punk feminista ligadas ao movimento riot girl, como Bikini Kill, Bratmobile e L7.
"Eu era uma introvertida com asma antes deste filme", brincou Larson. "Quando me contrataram eu pensei, 'Eu sou a pior escolha para um filme de ação'. O que eu não sabia era que eu tinha um pouco de Keanu Reeves em mim!"
Vencedora do Oscar por seu trabalho no drama O Quarto de Jack, Larson disse que o que mais a orgulha em sua atuação no filme da Marvel Studios foi a possibilidade de mostrar seu potencial dramático em um filme que tem momentos de comédia. "Quando é divertido é divertido, mas quando há coisas profundamente emocionais acontecendo, é real. Então eu fui capaz de trazer um pouco do que eu levo para os meus papeis totalmente dramáticos, algo que me orgulha e que eu acho que destaca este filme."
Na matéria da EW, há ainda um trecho no qual o produtor Kevin Feige elogia Larson por seu trabaho como ativista pelos direitos das mulheres e contra o assédio sexual na indústria cinematográficas. Um dos casos mais marcantes relacionados à militância de Larson foi a recusa da atriz de aplaudir o ator Casey Affleck para quem entregou o Oscar de melhor ator em 2017. O ator de Manchester À Beira-Mar foi acusado de assédio sexual por duas mulheres anos antes e abafou o caso com um acordo judicial. "Ela é uma inspiração para muitas mulheres com seu trabalho no mundo real", avaliou Feige. "E agora nós iremos colocar ela neste icônico uniforme e dar a ela poderes na tela grande."
Capitã Marvel estreia nos cinemas brasileiros no dia 7 de março de 2019.