O Maior Desafio da História da Humanidade. Este é o título do manifesto contra o aquecimento global assinado por 200 personalidades, entre atores, músicos e cientistas. Liderada por nomes como Bradley Cooper, Juliette Binoche e Jude Law, a carta aberta demanda que as principais forças políticas mundiais tomem ações efetivas e firmes contra o problema da devastação do meio-ambiente e suas consequências.
O longo e incisivo artigo, que ainda foi assinado por nomes como Ethan Hawke, Alain Delon, Patti Smith, Willem Dafoe, Ralph Fiennes e Marion Cotillard, foi uma consequência direta da saída de Nicolas Hulot do governo de Emmanuel Macron, presidente da França. O ativista ambiental anunciou seu afastamento da titularidade do Ministério da Ecologia às lágrimas, alegando ter sido abandonado pela administração francesa. O mandato de Hulot à frente da pasta durou apenas 15 meses e foi marcado por divergências entre ele e o mandatário-geral da nação europeia.
Efeitos diretos do aquecimento global, ou cataclisma ecológico, nas palavras dos consignatários da carta aberta, puderam ser efetivamente sentidos na pele recentemente. Durante o verão do hemisfério norte, inúmeros habitantes do Velho Continente, dos Estados Unidos e do Japão sofreram com ondas de calor absurdas, que inclusive chegaram a fazer vítimas e provocar inúmeras queimadas ao redor da Europa e da América do Norte. Segundo especialistas, a tendência é que as temporadas de calor extremo aumentem no Velho Continente e no hemisfério norte, uma vez que as mesmas são resultantes das mudanças climáticas.
Leia a carta contra o aquecimento global na íntegra, como publicada pelo jornal francês Le Monde, abaixo:
"Alguns dias após a demissão de Nicolas Hulot, lançamos este apelo: frente ao maior desafio da história da humanidade, o poder político deve agir de maneira incisiva e imediata. São tempos de seriedade. Vivemos um cataclisma planetário. Aquecimento global, diminuição drástica dos ecossistemas, destruição da biodiversidade, poluição profunda dos solos, da água e do ar, desmatamento ambiental: todos os indicadores são alarmantes. No presente ritmo, dentro de algumas décadas, não nos restará quase nada. Os humanos e a maior parte das espécies vivas estão em uma situação crítica.
É muito tarde para não fazer nada: a destruição está em curso. A sexta extinção em massa acontece em uma velocidade sem precedentes. Mas ainda não é tarde demais para evitar o pior.
Consideramos, portanto, que todas as lideranças políticas que não fizerem da luta contra o cataclisma sua prioridade concreta, anunciada e assumida não terão mais credibilidade. Consideramos que um governo que não fizer economia de recursos, um objetivo que ainda pode reivindicado como o principal, não será levado a sério. Propomos a escolha política - sem lobbys - e as medidas potencialmente impopulares que dela resultarão. É uma questão de sobrevivência. Uma questão que, por essência, não pode ser considerada como secundária.
Muitas outras lutas são legítimas. Mas, se esta for perdida, nenhuma outra poderá ser vencida"