A produtora Renata Almeida Magalhães anunciou no Festival de Gramado que O Grande Circo Místico não mais chegará aos cinemas em setembro.Segundo ela "com a esperança de dias melhores depois das eleições", a estreia foi adiada para 15 de novembro.
Dirigido por Carlos Diegues e estrelado por Bruna Linzmeyer, Jesuíta Barbosa, Mariana Ximenes, Juliano Cazarré e Vincent Cassel, o drama sobre um clã de artistas de circo foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes e na noite de ontem abriu a 46ª edição do Festival de Gramado.
Em coletiva de imprensa realizada essa manhã na cidade da Serra Gaúcha, Diegues fez piada quando um jornalista questionou as razões da demora de três anos de produção - "'três anos' você está sendo gentil, na verdade foram 13" - e colocou a culpa do processo lento na finalização feita na França; elogiou Mariana por seus seis meses de dedicação ao trapézio; disse que escalou um ator [Dawid Ogrodnik] de Ida em homenagem ao filme, que adora; e contou que decidiu adaptar o poema de Jorge de Lima para fugir do "naturalismo que aprisionou o cinema".
Influenciado por Jean Renoir, Lola Montès, Viridiana e Fellini, O Grande Circo Místico, segundo ele, é sobre as mulheres que vencem as interdições masculinas, e não é triste, mas sim melancólico, pois "o mundo não está fácil". A respeito do polêmico uso de animais de circo de verdade na trama, o que inclusive gerou protestos durante as gravações, a produtora revelou que pensou em só marcar os espaços, como fez Lars von Trier em Dogville, e usar 3D, antes de descobrir que em Portugal, onde foi rodado o drama, os bichos ainda são usados nos espetáculos circenses e, de acordo com a equipe, muito bem tratados.
A mudança de data de estreia afasta o longa da possibilidade de ser escolhido o representante nacional no Oscar 2019 de filme estrangeiro, pois, entre as regras básicas, está a obrigação de ter sido lançado comercialmente no Brasil entre 1º de outubro de 2017 e 30 de setembro de 2018.